Fui a Creta pela primeira vez no passado mês de maio.
Fui à Grécia 6 vezes, vivi em Atenas 4 meses, no já longínquo ano de 1998, para poder acompanhar os seminários de Jeffrey Rusten, professor em Cornell (EUA), na American School of Classical Studies at Athens (ASCSA), mas nunca tinha ido a Creta (como, aliás, não fui a muitos outros sítios naquele maravilhoso país).
Da primeira vez, em 1985, levei o
Ulisses, de James Joyce, que só me serviu para pesar na mochila, pois que foi e veio fechadinho (levá-lo foi um romantismo de adolescente).
Desta vez, fui mais sensata e levei a poesia de Sophia, que li por onde passei.
:)
«Ressurgiremos»
Ressurgiremos ainda sob os muros de Cnossos
E em Delphos centro do mundo
Ressurgiremos ainda na dura luz de Creta
Ressurgiremos ali onde as palavras
São o nome das coisas
E onde são claros e vivos os contornos
Na aguda luz de Creta
Ressurgiremos ali onde pedra estrela e tempo
São o reino do homem
Ressurgiremos para olhar para a terra de frente
Na luz limpa de Creta
Pois convém tornar claro o coração do homem
E erguer a negra exactidão da cruz
Na luz branca de Creta.