28 abril 2010

27 abril 2010

Tertúlias Pré-socráticas, em Coimbra

Recebi este pedido de divulgação, a que acedo, com muito gosto.


A sexta sessão do ciclo de Tertúlias Pré-Socráticas, dedicada a Pitágoras & Os Pitagóricos, realizar-se-á no dia 28 de Abril, quarta-feira, às 18:00, no TAGV, e contará com a presença de José Pedro Serra, da Universidade de Lisboa.
Pitágoras é um nome de todos familiar, pelo teorema que lhe é atribuído. Efectivamente, os números desempenham um papel importante em toda a sua filosofia, em que insiste na ordem e proporção do cosmos, realidade que exprimia com o conceito, bem conhecido, de música das esferas. É também um dos principais introdutores no Ocidente da ideia da reencarnação e do vegetarianismo. Contudo, a sua figura permanece envolta em mistério e lendas, à falta de informações fidedignas. O certo é que as suas doutrinas (ou dos seus seguidores) tiveram um impacto formidável no curso da filosofia grega, tendo influenciado de forma decisiva não apenas outros tantos pré-socráticos, como essa figura maior do pensamento ocidental: Platão.

26 abril 2010

sobre a amizade

A Natya pediu-me parte da carta 3 (Cartas a Lucílio, de Séneca. Uso a tradução de J. A. Segurado Campos, da Gulbenkian) e ela aqui vai:

Dizes-me que entregaste a carta a um amigo teu, para me trazer, mas em seguida aconselhas-me a não trocar impressões com ele sobre quanto te diz respeito, pois nem tu próprio o costumas fazer. Quer dizer, na mesma carta deste-lhe e recusaste-lhe o título de "amigo".
Ora bem: se tu usaste esta palavra não no seu verdadeiro sentido mas antes em sentido genérico, e lhe chamaste "amigo" tal como a todos os candidatos nós chamamos "respeitáveis cidadãos", ou como às pessoas que encontramos e cujo nome não nos ocorre, cumprimentamos como "senhor fulano" ainda é aceitável; se consideras, porém, "amigo" alguém em quem não confias tanto como em ti próprio, então cometes um erro grave e mostras não conhecer bem o significado da verdadeira amizade.
Delibera em comum com o teu amigo mas começa por formular sobre ele um juízo correcto: após o início da amizade, há que ter confiança. Antes, sim, é que se deve ajuizar. Confundem as obrigações inerentes a este princípio aqueles que, ao contrário dos ensinamentos de Teofrasto, formulam juízos depois de iniciada a amizade, e não estabelecem relações de amizade depois de formularem juízos. Pensa longamente se alguém é digno de que o incluas no número dos teus amigos; quando decidires incluí-lo, então recebe-o de coração aberto e fala com ele com tanto à vontade como contigo próprio.

23 abril 2010

Na capital

Hoje é por isto, amanhã é por aquilo, e mais um vez este pobre blogue esteve parado umas 3 semanas.
Pois bem, é hoje, no momento mais inoportuno, que o actualizo.
Estou na Universidade Nova de Lisboa, onde está a decorrer o Congresso Internacional Representações da República. No meio de tantas palestras, ainda há espaço para os nossos clássicos e para o meu Tucídides.
Apareçam, que têm muito por onde escolher!

02 abril 2010

Que lindo, o Latim!

Erri de Luca, um magnífico escritor em italiano, escreveu, no seu romance O dia antes da felicidade (Bertrand, 2009), p.54:

Divertia-me o latim, língua inventada por algum enigmatista. Traduzi-lo era buscar a solução. Não gostava do caso acusativo, tinha um nome feio. O dativo era bonito, o vocativo teatral, essencial o ablativo. O italiano era preguiçoso pois renunciava aos casos.

Hei-de começar por aqui, num próximo curso de Latim, onde acrescentarei:
«o nominativo sabe quem é quando ajudado pelo genitivo».


Depois explico o que tudo isto quer dizer, todos vão compreender e ver como é bonito e vão concordar que o português também é preguiçoso, porque só deixou casos nos pronomes pessoais.

Vá lá... não me acordem!