25 novembro 2007

Aliki Kagialoglou

Aliki Kagialoglou (neste link vão ter de baixar várias vezes até encontrar as três referências a esta artista) está a preparar um CD com fados portugueses e declamação da Ode Marítima de Álvaro de Campos.
Como cheguei tarde do Peloponeso, já não pude ir conhecê-la. Espero que o nosso encontro para um «cafezinho» se realize em breve.

Mantineia


Mandinia, Mandinia...

«Tripoli fica perto da cidade antiga de "Mandinia"...», disse-me o Iannis. «Conheces?»
Não estava nada a ver o que seria...
«Mandinia, Mandinia... Como se escreve?», perguntei, para dar tempo e disfarçar a minha ignorância.
E ele mostrou-me.
«Ah! Mantineia! Claro!!»
Vou lá agora!

24 novembro 2007

Mitos, medos, brios...

Dizem que sim, que correu bem.
E cá a Xantipa já está triste por se aproximar o dia da partida. Também gostou muito de rever a sua velha pólis.
Amanhã vai ao Peloponeso, a Tripoli.
(actualização: a Ana Maria diz que esta fotografia não deixa ver como a sala estava cheia e obrigou-me a pôr mais estas. Cá vão!)

21 novembro 2007

Atenas, 9 anos depois

Hoje foi dia de recordações.
Um breve passeio pela avenida Elefteriou Venizelou, uma ida a Eleftheroudakis (grande livraria), um passeio pela praça da Constituição (Sintagma)

e pelas ruazinhas que frenquentei em 1998... A "minha" loja de discos (onde o Costas me fazia 24% de desconto) já lá não estava e, enquantos uns negócios abriram outros fecharam.
Gosto de ler os nomes das ruas e as direcções em grego e transliterado. Se assim não fosse, nunca descobriria que a rua Voulis é a rua da Boulê (a assembleia dos 500), ou que Lavrio é Laurium, o local das famosas minas de prata, ou que Évia é Eubeia, a ilha aqui mesmo em frente.
Regressei ao local onde o táxi me deixara duas horas antes, na «Academias».
Na a rua de Hipócrates, num café, tomei um chá com a minha amiga Ana Maria, a grande culpada da minha presença aqui.

Lembrei-me de Edimburgo e dos sofás do "Espresso Mondo"...
Numa livraria vejo que a Mariza canta no dia em que parto.

E apanho um autocarro. Não me posso enganar: é o 608.

Até amanhã!

20 novembro 2007

Viagem à Grécia

Há nove anos que não vou à Grécia. Vai ser bom rever aquela bela terra.
Quando lá vivi (escassos quatro meses), instalei-me num pequeno hotel nas franjas da Plaka chamado Dióscoros. Lembro-me dos Gémeos e recordo Pausânias:
(Rapto das filhas de Leucipe, de Rubens)

O santuário dos Dióscoros é antigo: aí há uma estátua deles e dos seus filhos sentados em cima de cavalos. Polignoto pintou-os aqui nas núpcias das filhas de Leucipo, enquanto Mícon representou-os a navegar com Jasão para a Cólquida.

19 novembro 2007

Roliça e Vimeiro


Há muitos anos, quando pela primeira vez visitei a catedral de S. Paulo, em Londres, emocionei-me ao ver o nome da pequena aldeia da Roliça, ali tão perto da terra onde nasci, gravada na pedra, num monumento que celebrava a participação inglesa nos combates contra Napoleão, durante as Invasões Francesas.
E agora que se comemoram os 200 anos da batalha com o mesmo nome, Roliça volta a estar em foco no concelho do Bombarral. No Sábado passado decorreu a sessão solene de abertura das iniciativas que se estendem até ao ano que vem, com a comemoração da batalha do Vimeiro.
Gostei muito de participar, principalmente por ter podido ouvir o magnífico apontamento histórico (modesto nome para tão eloquente prelecção) do Coronel Américo Henriques: com uma oratória perfeita, captivou-nos a todos com as histórias daquela história, com uma vivacidade e entusiasmos contagiantes e um saber bem fundamentado.


12 novembro 2007

Do amor

(Foto minha. Rodin - Eros e Psyche - Ermitage - S. Petersburgo)

O amor não tem uma natureza simples, bela ou feia em si mesma: é belo, se realizado com beleza, e feio, se realizado com vileza.
Vileza é quando se concede uma afeição indigna a um homem indigno; e nobreza, quando se concede uma feição digna a um homem de bem. E por indigno entendemos justamente esse amante popular, que prefere o amor do corpo ao amor da alma, e não guarda constância porque o objecto a que se prende não é também constante [...].
Pelo contrário, aquele que ama alguém pela beleza do seu carácter, esse permanece fiel pela vida fora, porque se funde com o que é constante.

Discurso de Pausânias no Banquete de Platão. Tradução de Maria Teresa Schiappa de Azevedo para as Edições 70.

Para mais discursos do Banquete, ver aqui, aqui, aqui...

08 novembro 2007

Nem tudo o que reluz é ouro...

(...) há uns que são belos graças à sua beleza, enquanto outros parecem sê-lo quando se adornam. E o mesmo se passa com as coisas inanimadas: pois também entre estas há as que são verdadeiramente de prata ou de ouro e as que não são, mas parecem que o são pelo modo como as apercebemos, como, por exemplo, as coisas feitas de monóxido de chumbo ou de estanho, que parecem prata, e as coisas amarelas, que parecem ouro.
(Aristóteles, SE, 164b24)

03 novembro 2007

máscaras...


Édipo: Hoje sei que a vida calça coturnos e vai tirando e pondo as suas duas máscaras. A máscara da comédia e a máscara da tragédia. Às vezes as duas ao mesmo tempo, uma na cara outra na nuca. Mas detrás da máscara só vejo o vazio. Por baixo das vestes, apenas um cabide. A vida é a máscara da morte.
Tirésias: E a morte é a máscara da vida.

Armando Nascimento Rosa (2003). Um Édipo. Casa do Sul. Évora, p.37