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12 outubro 2010

Acabou há quase um mês...

(foto da Ilda, tirada daqui, onde há mais)

Loulé, Alcaidaria do Castelo, 6 a 17 de Setembro de 2010

«Estudos sobre o Mediterrâneo», integrado no projecto charme Loulé, foi o mote para reunir diversos professores da Universidade do Algarve (mais concretamente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais) e seus convidados perante um grupo de pessoas interessadas em aprender e experimentar novos saberes, num contexto não académico, mas com toda seriedade e empenho que caracteriza o ensino superior.

Não era preciso ter nenhum saber prévio e os participantes, oriundos de formações muito distintas, deram o seu parecer positivo (muito positivo) a esta iniciativa.

Ter uma sala cheia, durante duas semanas, ao fim do dia, quando o sol ainda convidava para uma ida à praia, foi uma alegria!

Agora, em jeito de balanço, sinto-me feliz pelo modo como tudo decorreu. Foi um desafio que aceitei e que se revelou muito compensador pela qualidade de todas as pessoas que conheci. Aquelas que, da parte da Câmara Municipal de Loulé, apoiaram a Universidade do Algarve neste projecto foram de uma discrição e eficiência de louvar.

E espero voltar a ver aqueles com quem privei diariamente durante duas semanas, se não antes, pelo menos numa nova edição desta aventura, já para o ano.

Obrigada!

07 setembro 2010

A bela infanta está viva!

Ontem abriu a Universidade de Verão que estou a coordenar.
É uma actividade da Universidade do Algarve, através da FCHS, com o município de Loulé, no âmbito de uma candidatura ao QREN (o esboço do que estamos a fazer está aqui, na página 30).

A primeira sessão foi sobre o romanceiro e tivemos o privilégio de ter como orador o Prof. Pedro Ferré, que, se fosse um concerto de rock, eu diria que tinha electrizado a assistência, pela excelência da sua comunicação.

Isto, porque os romances ainda electrizam!

Deixo aqui três exemplos, partindo do romance «A bela infanta».
O primeiro, do romanceiro de Almeida Garrett:

BELA INFANTA

Estava a bela infanta
No seu jardim assentada,
Como o pente de oiro fino
Seus cabelos penteava.
Deitou os olhos ao mar
Viu vir uma nobre armada;
Capitão que nela vinha,
Muito bem que a governava.
– «Diz-me, ó capitão
Dessa tua nobre armada,
Se encontraste meu marido
Na terra que Deus pisava?»
– «Anda tanto cavaleiro
Naquela terra sagrada...
Diz-me tu, ó senhora,
As senhas que ele levava.»
– «Levava cavalo branco,
Selim de prata doirada;
Na ponta da sua lança
A cruz de Cristo levava.»
– «Pelos sinais que me deste
Lá o vi numa estacada
Morreu morte de valente:
Eu sua morte vingava.»
– «Ai triste de mim viúva,
Ai triste de mim coitada!
De três filhinhas que tenho,
Sem nenhuma ser casada!...»
– «Que dirias tu, senhora,
A quem no trouxera aqui?»
– «Dera-lhe oiro e prata fina,
Quanta riqueza há por i.»
– «Não quero oiro nem prata,
Não nos quero para mi:
Que darias mais, senhora,
A quem no trouxera aqui?»
– «De três moinhos que tenho,
Todos três tos dera a ti;
Um mói o cravo e a canela1 0
Outro mói do gerzeli:1 1
Rica farinha que fazem!
Tomara-os el-rei pra si»
– «Os teus moinhos não quero
Não nos quero para mi;
Que diria mais senhora,
A quem to trouxera aqui?»
– «As telhas do meu telhado
Que são oiro e marfim.»
– «As telhas do teu telhado
Não nas quero para mi:
Que darias mais, senhora,
A quem no trouxera aqui?»
– «De três filhas que eu tenho,
Todas três te daria a ti:
Uma para te calçar,
Outra para te vestir,
A mais formosa de todas
Para contigo dormir.»
– «As tuas filhas, infanta,
Não são damas para mi:
Dá-me outra coisa senhora,
Se queres que o traga aqui.
– «Não tenho mais que te dar,
Nem tu mais que me pedir.»
– «Tudo, não, senhora minha,
Que inda te não deste a ti.»
– «Cavaleiro que tal pede,
Que tão vilão é de si
Por meus vilões arrastado
O farei andar aí
Ao rabo do meu cavalo
À volta do meu jardim
Vassalos, os meus vassalos,
Acudi-me agora aqui!»
– «Este anel de sete pedras
Que eu contigo reparti...
Que é dela a outra metade?
Pois a minha, vê-la aí!»
– «Tantos anos que chorei,
Tantos sustos que tremi!...
Deus te perdoe, marido,
Que me ias matando aqui.

O segundo, de uma banda-rock brasileira (que se supõe electrizante, claro), que adoptou esse nome:




E o terceiro, uma verdadeira gracinha encontrei neste mundo fantástico que é a Internet.

Escrita em 2008 por João Luís, um aluno do 6º ano do Agrupamento de escola Afonso de Paiva, esta versão contemporânea (já sei que me vão corrigir e dizer que a isto não se chama uma versão, mas, enfim, perdoem-me) é muito engraçada... mas não a consigo colar aqui. Tentei, tentei, mas não consegui.
Sigam o link da escola e divirtam-se!