Eu - Isto é um computador com Internet.
Mãe - Vi na televisão que a Internet é perigosa. Há homens que marcam encontros com crianças e é muito perigoso.
Eu - Não é bem assim.Mãe - Então, o que é a Internet?
Eu - A Internet é como se fosse um mundo paralelo a este: há bibliotecas, jardins, casas de amigos, cafés, supermercados, passeios, avenidas, mas também tem vielas, becos escuros, bares de alterne, jogos clandestinos, enfim, há de tudo, pode-se encontrar de tudo, pode-se comprar quase tudo. Não penso que seja mais perigoso que este mundo aqui, que a Mãe vê.
Mãe - Mas na televisão disseram que um pai descobriu que o patrão tinha marcado encontro com a sua filha de 11 anos.
Eu - Pois, mas a Mãe não sabe que idade a miúda disse que tinha, pois não?Mãe - Não...
Eu - Pois... na Internet pode mentir-se mais, pela protecção do anonimato que a distância permite, mas nem sempre se mente melhor, porque, ou as relações se ficam pelo virtual e aí não há consequências muito gravosas dessas mentiras (por vezes, as pessoas criam outras realidades), ou as relações passam a barreira da virtualidade e aí as mentiras, mais tarde ou mais cedo, são descobertas.
Mãe - Já não estou a perceber bem o que estás a dizer...
Eu (continuando) - Aliás, a mentira, mesmo nas relações tradicionais, sempre existiu. Sempre houve enganos, aldrabices, burlas, roubos... nem acho que a Internet os tenha potenciado. Apenas os modificou. Agora só precisamos de nos adaptar a esta nova forma de nos relacionarmos, de nos conhecermos, e de aprendermos a ganhar algumas defesas e a ler alguns sinais.
Mãe - Não sei bem o que estás a dizer, mas tem cuidado.
Eu (abraçando-a com um beijinho) - Está bem, Mãe.
Mãe - Já não estou a perceber bem o que estás a dizer...
Eu (continuando) - Aliás, a mentira, mesmo nas relações tradicionais, sempre existiu. Sempre houve enganos, aldrabices, burlas, roubos... nem acho que a Internet os tenha potenciado. Apenas os modificou. Agora só precisamos de nos adaptar a esta nova forma de nos relacionarmos, de nos conhecermos, e de aprendermos a ganhar algumas defesas e a ler alguns sinais.
Mãe - Não sei bem o que estás a dizer, mas tem cuidado.
Eu (abraçando-a com um beijinho) - Está bem, Mãe.