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12 dezembro 2007

De libera voluntate

Portanto, se entre os bens do corpo encontramos alguns de que o ser humano pode não usar com rectidão, nem por isso dizemos que eles não lhe deviam ter sido dados, pois reconhecemos que são bens (...).
De facto, quando um corpo não tem mãos, vês que lhe falta um bem importante. Contudo, faz um mau uso das mãos quem as emprega em acções violentas ou vergonhosas. (...)
Portanto, assim como aprovas estas coisas em realção ao corpo e, sem reparar naqueles que fazem mau uso delas, louvas Aquele que deu estes bens, também confessarás que a livre vontade, sem a qual ninguém pode viver com rectidão, é necessariamente um bem e um dom divino, e que mais se deve condenar aqueles que usam mal deste bem, do que afirmar que não no-lo deveria ter dado Aquele que no-lo deu.

Santo Agostinho, Diálogo Sobre o Livre Arbítrio, INCM, Lisboa, 2001. Tradução de Paula Oliveira e Silva.