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15 julho 2008

Que inveja!

O meu dia de hoje pertence-me, ninguém me roubou um bocadinho que fosse: todo ele foi dividido entre o leito e a leitura.

Séneca, Cartas a Lucílio, 83.3. A referência do costume.

03 julho 2007

Fastidientis stomachi est multa degustare

Demasiada abundância de livros é fonte de dispersão; assim, como não poderás ler tudo quanto possuis, contenta-te em possuir apenas o que possas ler.
Dirás tu: «Mas sinto vontade de folhear ora este livro, ora aquele.»
Provar muita coisa é sintoma de estômago embotado; quando são muitos e variados os pratos, só fazem mal em vez de alimentar.
Lê, portanto, constantemente autores de confiança e quando sentires vontade de passar a outros, regressa aos primeiros.
Séneca, Cartas a Lucílio, 2, 3-4. Sempre a mesma tradução.

Compreendo a sabedoria destas palavras, mas eu sou mais como o Lucílio: gosto de ter livros que posso não vir a ler na totalidade, mas que gosto de folhear. Naquela altura, folhear devia ser desenrolar um papiro e não se devia poder tê-los abertos sobre a mesa ou empilhados, como eu os tenho...
Que ando a ler?
Leio vários ao mesmo tempo.

Séneca não conta, pois não? Nem Ovídio, imagino... nem Platão... nem os policiais (adoro policiais, confesso. Ando sempre com um atrás. Estou na fase egípcia, acompanhando Amelia Peabody Emerson nas suas aventuras).

Fui ali à sala ver o que está na pilha dos «pego neles mais vezes a ver se acabo algum», porque esta época do calendário escolar não é muito dada a coisas recreativas. A pilha dos «quero mesmo ler, devem ser giros, estão aqui há mais de um mês e ainda não os abri» envergonha-me. Principalmente com o raspanete que Séneca me pregou no início deste postal.

Cá vão, então, os «a ver se acabo, porque até estou a gostar, só que não tenho tempo» (em próximos postais falarei de cada um deles, pois acho que merecem uma explicação):
- Alimentação e Sociedade na Antiguidade Clássica: aspectos simbólicos dos alimentos, de Peter Garnsey. Ed. Replicação, Lisboa, 2002;
- Religions de L'Antiquité, org. por Yves Lehmann, PUF, 1999;
- O longo caminho das mulheres, organizado por Lígia Amâncio et al., Publ. Dom Quixote, 2007;
- Everyday Things in Archaic Greece, de Marjorie e C.H.B. Quennell, Ed. B.T.Batsford, 1931;
- A Natural History of Latin, de Tore Janson, Oxford University Press, 2007 (a minha edição em paperback, que a outra é de 2004).

Agradeço ao Legendas & Etcaetera o pedido, que vou completar com comentários, como referi;
E também eu estou curiosa por saber o que lêem algumas pessoas. O Miguel tem uma lista no blogue, portanto, basta passar por lá para ver.

Ficam aqui cinco provocações:

Carneiro, do Oxiclista
José Bandeira, do Bandeira ao Vento
JS e Gregório Salvaterra, do Contador de Gaivotas

Marta, do Claras em Castelo
Tomás Vasques, do Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

(desculpem, porque imagino que estejam fartos de coisas destas, mas não resisti).