10 janeiro 2009

Confissões de uma «juke-box» ambulante salva por uma correnteza

Hoje ganhei coragem e vim actualizar o blogue.
Isto de se estar muito tempo sem escrever é um problema: tendo deixado passar datas como o Natal e o Ano Novo sem agradecer os votos e as gentilezas que me enviaram, a vergonha de não o ter feito foi crescendo e cada dia que passava a necessidade de dizer algo que realmente merecesse a pena impunha-se com mais premência.
E o tempo a passar-se e eu cada vez com mais problemas em encontrar um assunto que me levasse a sair deste estado de falta de... nem sei bem o quê.
Pronto.
É hoje. Não é tarde nem é cedo.
E começo com uma confissão de um defeito que tenho: sou, praticamente, uma juke-box ambulante. Mas não uma juke-box com aqueles temas de que mais gosto, cantados afinadamente, postos a tocar quando nos encontramos num determinado ambiente (um daqueles em que há uma juke-box, bem entendido).
Não.
O meu defeito é muito incomodativo. Para os outros, porque, pode denotar falta de atenção ao que me dizem (o que não é verdade) e pelo desafinanço; para mim, porque me sinto ridícula. É verdade. Completamente.
O que se passa é o seguinte: uma pessoa está a falar comigo e, de vez em quando (não é sempre, vá lá), há uma palavra que diz e que funciona como a ficha que se introduz na juke-box e faz sair a canção.
Os exemplos são os mais absurdos, pois a canção que sai normalmente não tem nada a ver com o assunto de que se fala, mas acontece apenas porque uma palavra ou expressão também aí se encontra contida.
É absurdo, eu sei. E ridículo.
O que vale é que, na maior parte dos casos não verbalizo (ou seja, poupo o interlocutor ao meu canto) e isto passa despercebido.
Um exemplo:
Alguém: Bem, então adeus. Vou-me embora.
Eu (em pensamento, surge o Sérgio Godinho): «E agora eu vou-me embora, e embora a dor não queira ir já embora, agora eu vou-me embora e parto sem dor. E parto dentro de momentos, apesar de haver momentos em que a dor não parte sem dor.»

Pois é. Eu sei. Não é preciso dizer nada.

Mas então não é que recebo um desafio da Ana para fazer parte de uma corrente que apela, de algum modo, a esta minha mania? Pertence pôr aqui uma foto, mas como não estou em casa, não tenho aqui arquivos (ponho depois). O que interessa é que tenho de responder às perguntas que me fizeram com títulos de canções! Eheheheh! O sonho que realiza a minha mania! Deixou de ser um defeito e passou a ser adequado para esta corrente!
Aqui vão as respostas. Escolhi os Beatles (têm de ser de uma única banda ou cantor). E passo à minha querida sobrinha Rita, à Sara, ao Zé Bandeira e à Gi.
  1. És homem ou mulher? Girl
  2. Descreve-te. Free as a bird
  3. O que as pessoas acham de ti? "She's a Woman" e "To Know Her is to Love Her"
  4. Como descreves o teu último relacionamento? "The End"
  5. Descreve o estado actual da tua relação. "Real Love"
  6. Onde querias estar agora? "Memphis, Tennessee"
  7. O que pensas a respeito do amor? "I Want to Tell You"
  8. Como é a tua vida? "It's Only Love"
  9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? "Every Little Thing"
  10. Escreve uma frase sábia. "Think for Yourself"

13 comentários:

Reboliço disse...

Ena, ena! Que belas cantigas ;-)

José Bandeira disse...

hahaha crudele, tramaste-me. Nem posso usar BWV. :D Mas tentarei estar à altura.

Anónimo disse...

Que bom tê-la de volta! Espero que o ano tenha iniciado da melhor maneira para si e que lhe reserve muitas surpresas agradáveis.

Quanto a essa sua "mania" não é assim tão estranha quanto lhe possa parecer, também a tenho. Há certas palavras que me remetem quase automaticamente para certas canções. E confesso, que havia uma frase de um colega seu da Ualg que me remetia sempre para um verso, em particular, de uma canção do João Pedro Pais (que até nem é um cantor que aprecie muito): "até nunca mais se tu quiseres(...)".
:-)

Abraço

Gi disse...

Ah, esta é gira, não vou resistir :-) Obrigada!

Ivone Mendes da Silva disse...

Ele há coincidâncias engraçadas: estávamos já preocupados com a ausência da estimada Xantipa. Eu, masi dada à desgraça,já a imaginava vítima de uma qualquer acusação de asebeía e que a taça de cicuta fizera das suas.

Um bom ano, cheio de tudo o que quiser e muito cuidadinho com a inveja dos deuses.

Ivone

CPrice disse...

"o meu defeito é muito incomodativo", deu-me vontade de rir Querida Xantipa (já tinha saudades) ;)

como dizia DMF "temos cinco sentidos, são dois pares de asas e meio .. como quereis o equilibrio?" :)

Ano Feliz *

spring disse...

Olá Xantipa
A música por vezes tem esse condão de nos enviar para diversos estados de alma. Quando escutamos um determinado tema de imediato partimos em busca desse sentimento que navega na nossa memória. É uma espécie de Magia.
Beijinhos
Paula e Rui Lima

Rita F. disse...

Já respondi, eh eh eh. Também escolhi os Beatles, tinha mesmo de ser.
Obrigada pelo desafio tão giro!
Beijinhos, beijinhos.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Olá!!! Finalmente!

Como vês sentimos a tua falta. Só que não vale a pena teres sentimentos de culpa.
Estás "in the paradise", isso anda no ar, nós só queremos saber se estás bem...

Para a próxima fazes um postal minimalista: "Tou bem!!!!!!"
E a gente percebe logo...

Beijarokisses ;)

Leonor disse...

O meu defeito é mas com títulos de livros. Compreendo perfeitamente.
Bom Ano :-)

claras manhãs disse...

Tenho um prémio para ti, lá pela uma da matina.

beijinho

S.M. disse...

Oba, oba , um desafio que é a minha cara. Não tanto como tu, mas também canto mentalmente em certas situações...vou já a correr p o meu blogue ;)~
Beijinh@s

JCA disse...

olá :-)

ser-se uma juke-box ambulante terá o seu mérito... certo é que sair com uma música a meio de uma conversa pode parecer estranho éh éh...

mas em todo o caso aqui o je tem é mesmo um pouco de inveja porque muita das vezes nem os refrões das músicas sei... e para ajudar quando me apercebo ando que tempos a aldrabar as letras das músicas...

podia-me dar para pior...

boa semana :-)