18 janeiro 2010

Hospital Beatriz Ângelo

Carolina Beatriz Ângelo, em 1911, ano em que viria a falecer, votou. Foi a 1ºmulher a fazê-lo no nosso país, antes que os homens (com letra muito pequenina) decidissem mudar a lei, para que mais nenhuma outra se atrevesse a tanto.
Hoje muitas de nós não vão votar. Porque não adianta. Porque não vale a pena. Porque deixaram de acreditar (como não estamos em época de eleições, falar disto pode parecer extemporâneo, mas eu não acho). Votar já não parece importante, porque depois «eles» fazem acordos e «são todos iguais».
Percebo.
Há dias em que também estou cansada de tanta hipocrisia política, em que já não aguento as vozes dos que gritam e não assumem as suas responsabilidades.
Lembro-me de ter aprendido que, no fim da democracia, a cidade era gerida pelos profissionais da política, porque os demoi estavam cansados de não ter cratos.
Mas noutros dias (na maioria deles) estou cheia de energia para mudar o mundo e tento não envergonhar as minhas egrégias avós.
Achei que a minha querida avó haveria de gostar de saber que uma mulher, uma médica, do início do século XX, foi homenageada com a atribuição do seu nome a um hospital.
E isto vai valer a pena, por cada uma e cada um que se interrogar do porquê deste nome: Carolina Beatriz Ângelo.

1 comentário:

Aurora disse...

A maioria dos jovens de hoje não tem noção do que foram os tempos antes do 25 de Abril, muitos não lhes foi transmitido o legado da falta de democracia, da descriminação a que a mulher estava sujeita. Eu tenho o exemplo do meu filho que assim que fez os 18 anos se recenseou logo no mesmo mês, em contrapartida a minha sobrinha foi preciso vir a nova lei, para ser uma mulher recenseada. Mas tudo isto passa pela informação e pela formação que se dá em casa.