Isto dos nomes próprios em Grego… que ideia tivemos!
É muito mais interessante ver os nomes – comuns – em Português e ir «beber» ao Latim e ao Grego.
Como deves imaginar, os nomes próprios, como acontece entre nós, já não tinham, naquela época, a força de significado que lhes é atribuído ainda na mitologia. Não digo que um filho muito desejado não se pudesse chamar Teodoro (theos: deus + doron, dorou: presente, prenda), mas eu hoje conheço ateus que deram ao filho o nome de Teófilo (theos: deus + philos: amigo) …
Por falar em doron, dorou:, lembrei-me da conhecida Pandora (a da caixa, sim), a quem todos (pan, pantos) os deuses dotaram com uma qualidade ( doron, dorou)...
Bem, falo-te então do nome Calírroe, a heroína do romance helenístico de um autor chamado Cáriton de Afrodísias (uma cidade da Cária. Tal como o famoso Leonardo, que ficou conhecido por ser da cidade de Vinci).
Kallirroe provém do adjectivo kallirroos, que significa «de belo curso», «de belas águas»: kallos (belo) + rhoos (corrente, fluxo).
Encontras kalos na palavra portuguesa caligrafia, e encontras rhoos em catarro (kata – preposição que significa «para baixo»). Quando estás com catarro, tens um fluxo, um muco, que escorre…
Este rhoos é da família do verbo rheo (escorrer) e de um outro substantivo que também significa «fluxo, corrente», que é rheuma, rheumatos. Os franceses ficaram com «rhume» e nós com o reumatismo…
E reumatismo é hoje considerado não uma doença, mas o nome genérico de um grupo de doenças articulares, como a artrite, por exemplo.
Pensavam os gregos que a artrite era devido a humores, ou fluxos (rheumata), que escorriam…
É muito mais interessante ver os nomes – comuns – em Português e ir «beber» ao Latim e ao Grego.
Como deves imaginar, os nomes próprios, como acontece entre nós, já não tinham, naquela época, a força de significado que lhes é atribuído ainda na mitologia. Não digo que um filho muito desejado não se pudesse chamar Teodoro (theos: deus + doron, dorou: presente, prenda), mas eu hoje conheço ateus que deram ao filho o nome de Teófilo (theos: deus + philos: amigo) …
Por falar em doron, dorou:, lembrei-me da conhecida Pandora (a da caixa, sim), a quem todos (pan, pantos) os deuses dotaram com uma qualidade ( doron, dorou)...
Bem, falo-te então do nome Calírroe, a heroína do romance helenístico de um autor chamado Cáriton de Afrodísias (uma cidade da Cária. Tal como o famoso Leonardo, que ficou conhecido por ser da cidade de Vinci).
Kallirroe provém do adjectivo kallirroos, que significa «de belo curso», «de belas águas»: kallos (belo) + rhoos (corrente, fluxo).
Encontras kalos na palavra portuguesa caligrafia, e encontras rhoos em catarro (kata – preposição que significa «para baixo»). Quando estás com catarro, tens um fluxo, um muco, que escorre…
Este rhoos é da família do verbo rheo (escorrer) e de um outro substantivo que também significa «fluxo, corrente», que é rheuma, rheumatos. Os franceses ficaram com «rhume» e nós com o reumatismo…
E reumatismo é hoje considerado não uma doença, mas o nome genérico de um grupo de doenças articulares, como a artrite, por exemplo.
Pensavam os gregos que a artrite era devido a humores, ou fluxos (rheumata), que escorriam…
Ai! As palavras são como as cerejas!
Não foi um grande tema para um postal de Domingo, eu sei, mas ficamos com o assunto resolvido, não é verdade?
(nota: tinha umas imagens para pôr, mas não consigo...)