Antes de passar para o significado daqueles nomes, vou ter de te dar uma pequena «ensaboadela» e explicar-te como funciona isto do Grego… os teus conhecimentos de Português (sim, de Português), de Latim, ou mesmo de Alemão, vão ajudar-te a perceber (não me lembro se sabes Alemão…).
Vou começar por falar daquilo a que se chamam os casos.
Em Grego, os nomes (e os adjectivos… e os pronomes...), vão mudando um pouco a sua forma consoante a função que exercem na frase, estando assim morfologia e sintaxe bem juntinhas…
Em Português, numa frase simples, quando colocas um nome antes de um verbo transitivo e outro depois, aprendeste a chamar sujeito ao primeiro e complemento directo ao outro, dizendo que o sujeito pratica a acção.
Depois dão-te uma frase passiva. Aí já não podes dizer que o nome antes do verbo pratica a acção… mas continuas a chamar-lhe sujeito. Sujeito passivo, mas sujeito.
Daqui se conclui que é a posição que as palavras ocupam nas frases que revela a sua função sintáctica, não é a sua forma, pois esta mantém-se inalterada (bem, um dia hei-de falar-te dos pronomes…)
Vou começar por falar daquilo a que se chamam os casos.
Em Grego, os nomes (e os adjectivos… e os pronomes...), vão mudando um pouco a sua forma consoante a função que exercem na frase, estando assim morfologia e sintaxe bem juntinhas…
Em Português, numa frase simples, quando colocas um nome antes de um verbo transitivo e outro depois, aprendeste a chamar sujeito ao primeiro e complemento directo ao outro, dizendo que o sujeito pratica a acção.
Depois dão-te uma frase passiva. Aí já não podes dizer que o nome antes do verbo pratica a acção… mas continuas a chamar-lhe sujeito. Sujeito passivo, mas sujeito.
Daqui se conclui que é a posição que as palavras ocupam nas frases que revela a sua função sintáctica, não é a sua forma, pois esta mantém-se inalterada (bem, um dia hei-de falar-te dos pronomes…)
Em Grego é essa «alteração» morfológica que indica o caso e, portanto, a função.
Daí que, quando enunciamos uma palavra – vou dar exemplos em Latim, língua que conheces melhor – nunca dizemos apenas dominus (senhor), mas dizemos também domini, ou apenas caput (cabeça), mas também dizemos capitis.
Isto porquê? Porque é mais fácil saber todas as formas que a palavra assume se tivermos estas duas!
Dizendo (enunciando) a forma que a palavra assume quando é sujeito (caso nominativo) e a forma que a palavra assume quando é complemento determinativo (caso genitivo), ficamos na posse da chave para todas as formas possíveis (ou funções possíveis) que a palavra pode assumir (portanto, ficamos na posse de toda a declinação).
Declinar (declinare, em Latim) significa «inclinar-se, dobrar-se».
Vem do Grego klino, «dobrar-se», palavra da família de kline (cama) e de klinokós (clínico, o médico que visita pessoas acamadas). Como o klinikós se dobrava sobre a cama… temos então o dito verbo…
E isto não tem de fazer confusão nenhuma, pois se tivermos a gramática da nossa língua presente, veremos que as nossas famílias de palavras funcionam exactamente assim!
Ora bem, declinar uma palavra é ir «dobrando-a» e «desdobrando-a» em várias, não deixando esta de ser a mesma! E casus é o particípio do verbo cair… Declinas as palavras («dobras» as palavras) e elas «caem» numa determinada forma!
Se em dominus não se percebe imediatamente a importância da enunciação (isso seria uma explicação para uma outra ocasião! Não posso fazer disto aqui um curso bloguítico de Latim e Grego!), se eu te disser que «capital» (a cidade que está à cabeça) vem de caput, não associas imediatamente. Mas se te disser que vem de caput, capitis, vês logo a semelhança de radical…
Tudo isto vinha a propósito de Teógnis…
Bem… lá terá de ficar para o próximo post!
9 comentários:
Grego fico eu com esta Xantipa...
Beijinhos e bom fim de semana. :-)
Olá Senhora Sócrates,
queria só deixar um rasto da minha passagem por este blogue tão interessante, tão comentado, tão clássico...
Beijos do nuorte
Luís!!
És tu??
O «meu», o «nosso algarvio adoptado»??
Beijinhos!
Mania dos marafados tentarem adoptar a gento do norte! Sonhem! Não se trata de adoptar mas sim de... domar! :) ehehe
Quanto ao post... ora bem!
E eis q no meio de tantos «sujeitos», surge esta mulher cheia de predicados! eehehe:)
Esta coisa da logica das palavras tem a sua piada... Lá está... dizemos o q dizemos... falamos o q falamos, nao pq aprendemos as palavrinhas na escolinha... mas sim... pq cada palavra tem associado um significado!
Bem... e agora vou curar a dor de costas... sim, pq isto com tanto klinos.. nao tarda tou mazé na kline à espera q o klinikós chegue!
:)
Recordar o Grego. Maravilha! Era mais uma das minhas cadeiras do sétimo ano. Está tão bem explicado Xantipa. Que pena não teres sido minha professora.
Beijinhos.
Ai! Obrigada mfba! Os mails (não comentários, porque esses publico-os todos, apesar das dificuldades que alguns leitores têm sentido!)que tenho recebido a dizerem que não percebem nada da minha explicação!!
E eu que tentei ser tão clarinha...
Alguns admitiram mesmo que tinham desistido a meio...
:(
Bem... como se diz aqui na minha terra, não se pode agradar sempre a gregos e a troianos!
Um beijinho!
o voyeur fica grego e eu nem sei se fico....se vou..(lol)
Vir aqui é uma aprendizagem constante..continua..
Beijocas
Bom fim de semana:-)
Vai, querida Damula, mas volta!
Logo estes dias, em que tive tantas visitas, deu-me para dar aulas de grego!!
Vou assustar a clientela! Principalmente os que vieram à procura da «gaja com quem o J.Sócrates anda»!LOL!
Mas eu também aprendo quando ensino. Aprendo muito!
E gosto muito!
:)
Bom fim de semana!
Beijinho
Ups... desculpa Xantipa mas cheguei atrasa para a aula.
Que pena, mas prometo que vou estudar afincadamente para poder acompanhar o resto da turma.
Gostei muito amiga. :-)
Beijos, beijos para ti e para as tuas meninas*
Enviar um comentário