18 maio 2008

Carta a mim

Lamento saber que sofres frequentemente de gripe, e daquelas febres ligeiras e irritantes que as gripes prolongadas, e já quase ininterruptas, arrastam consigo. (Ele é mais tosse, expectoração, frios e calores, dores nos gânglios...) E lamento-o tanto mais quanto eu próprio também experimentei esse tipo de doença. (É tão bom termos interlocutores compreensivos, que sabem bem aquilo por que passamos e nos mimam!)
(...) O médico há-de indicar-te até que ponto podes andar a pé ou fazer exercícios, ele te dirá que não caias na indolência (ah, pois, andar a pé... o que vale é que o meu médico não lê o meu blogue), que é o que a falta de forças tem tendência a fazer (a falta de força e a preguicite aguda); prescrever-te-á que leias em voz alta (gosto desta. Vou fazê-lo mal acabe isto), como forma de exercício para as tuas vias respiratórias bloqueadas; que andes de barco, para o balanço ginasticar os teus pulmões (esta dispenso); dir-te-á o que podes comer, quando é que deverás beber vinho (dever, é por dever) para ganhar força (é remédio) ou quando o deves evitar para não provocar ou aumentar a tosse (eu sabia que não ia ser medicamento para mim... com esta tosse que tenho, só chá quente).
O remédio que eu, por minha parte te receito é válido não apenas na doença, mas para toda tua vida: despreza a morte. (Não estou assim tão mal, mas obrigada! Faz-me bem conversar com Séneca!)

Esta carta (78) é parte desta .

3 comentários:

Anónimo disse...

Adriana,
Linquei o seu. Gostei
Abraço
Jmartins

Joaquim Moedas Duarte disse...

Delicioso!
Cada vez gosto mais dos clássicos! E você tem culpa...

Xantipa disse...

Obrigada, JMartins. Agora que ando em actualizações, também vou lincá-lo.

E a si também, Méon! Gosto muito dessas culpas!