07 setembro 2009

O verdadeiro «carpe diem»

Há uns anos comprei este íman na loja do Museu Britânico, em Londres.
Hoje, directamente da porta do meu frigorífico, passando pela Livraria Pátio de Letras onde comprei as Odes de Horácio, da Cotovia, em tradução de Pedro Braga Falcão (Oh, deuses! Andei com os pais dele na faculdade!), aqui vos deixo a ode 11 do livro 1, o verdadeiro «carpe diem» (se bem que este outro fosse mais antigo...):

Tu não perguntes (é-nos proibido pelos deuses saber) que fim a mim, a ti,
os deuses deram, Leucónoe, nem ensaies cálculos babilónicos.
Como é melhor suportar o que quer que o futuro reserve,
quer Júpiter muitos invernos nos tenha concedido, quer um último,

este que agora o tirreno mar quebranta ante os rochedos que se lhe opõem.
Sê sensata, decanta o vinho, e faz de uma longa esperança
um breve momento. Enquanto falamos, já invejoso terá fugido o tempo:
colhe cada dia, confiando o menos possível no amanhã.

5 comentários:

Nuno Firmino disse...

Tenho andado a ler essa mesma tradução e digo o mesmo que o Lobo Antunes: promissor o rapaz

António Conceição disse...

1- Desejo sinceramente que o dia que colhe hoje lhe tenha já devolvido inteiro e são o braço lesionado do post anterior.

2- A que "promissor rapaz" se refere Lobo Antunes, Nuno Firmino? Ao tradutor Pedro Braga Falcão? Ou ao autor Quintus Horatius Flaccus?

Nuno Firmino disse...

Odes I.27
Isso de lutarem com copos, criados para uso da alegria, é coisa de Trácio! Deixai lá esse bárbaro costume, afastai o recatado Baco de tais sanguinolentas rixas.

Anónimo disse...

volo, só para agradecer a sua presença na festa do Rochedo. Foi um prazer vê-la por lá, dando-nos o privilégi de desfrutar da sua companhia.
Muito obrigado

Xantipa disse...

Caro Nuno,
A tradução (e a introdução) está muito boa, de facto.
:)

Caro Funes,
Obrigada pelos votos de melhoras. Está quase, está quase...
:)

Caro Carlos,
Gosto de passar pelo seu espaço (já enriqueci o meu vocabulário nortenho), mas também nem sempre deixo mensagem.
:)