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16 maio 2009

obra de arte


-Eu acredito que há um sopro divino em cada criação.

- Tenho uma ideia diferente. Para mim uma obra de arte é o trabalho árduo que o artista constrói à volta de um momento de maior sensibilidade. Não acredito nessas coisas de inspirações divinas, de sopros ao ouvido.

Luís Costa Pires, Ao Teu Lado, Lisboa, Vega, 2008, p.49

Sentada na minha sala, a ver este céu de Olhão, azul, mais azul ainda por estar em contraste com o branco dos muros, penso que me vai saber bem ir a Faro na hora do chá, pelas 17.30, tomar uma chávena no Pátio@bar, enquanto converso com o escritor na apresentação do livro, no espaço da linda livraria Pátio de Letras.

30 abril 2009

Efeito Imediato

(imagem daqui)

Fui, na semana passada, com os meus alunos de Teoria do Drama e do Espectáculo, ver a peça Efeito Imediato, que está em cartaz nas datas que indico no fim do postal.
Em inglês chama-se The Boatswain's Mate e é uma ópera que a compositora Ethel Smyth, Dame Ethel Mary Smyth, escreveu em 1916.
É um espectáculo divertido e foi a primeira vez que ouvi ópera naquele teatro tão lindinho que é o Lethes.
Não sei escrever sobre o estes assuntos como a minha amiga Gi, mas sei que gostei muito do que ouvi: um canto limpo, claro, bem interpretado vocal e teatralmente falando.
A peça é acompanhada ao piano e muito bem cantada por Ana Barros, soprano, a heroína, João Cipriano Martins, tenor, o Boatswain que arranja a tramóia toda e dela sai como vítima, e Nuno Dias, barítono, o companheiro do antigo marinheiro e elemento fundamental no embuste. Mário Spencer, baixo, faz um pequeno papel, mas apesar de ter tido formação em música, a sua carreira é de actor e, por isso, a sua voz destoa das outras, bem trabalhadas, dos colegas. Como o papel é pequenino e já estamos todos tão divertidos, não estraga.

No livrinho que a ACTA distribuiu (e em todo o lado onde se fala desta peça), Nuno Dias é apresentado como baixo. Se bem que essa possa ser a sua voz (a biografia apresentada diz que tem interpretado papéis como o de Sarastro, Leporello), aqui canta com uma excelente voz de barítono. Deve ser um baixo-barítono (já fez um Fígaro ou um Escamillo, exemplos típicos de baixos-barítonos).
A peça é cantada em português, alemão e inglês, não sendo as partes nestas duas línguas impeditivas da compreensão da acção.
Tive pena de ver a sala tão vazia. Estes cantores mereciam os aplausos de uma sala cheia.
Deixo aqui as datas das próximas apresentações. Se estiveram por aqui, não se vão arrepender.


Sexta, dia 01 de Maio - 21:30

OLHÃO - Auditório Municipal

Quinta, dia 04 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes

Sexta, dia 05 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes

Sábado, dia 06 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes

Domingo, dia 07 de Junho - 16:00
FARO - Teatro Lethes

14 abril 2009

09 novembro 2008

II Festival de Órgão - Faro 2008

Fui ontem assistir ao segundo concerto do II Festival de Órgão, na sé de Faro, com Antoine Sibertin-Blanc, numa organização da Associação Cultural Música XXI. Foram cerca de 50 minutos muito bonitos (passaram tão depressa!) de música muito vívida e tocada com muita perícia. Há muitos anos ouvi ali João Vaz (que espero poder voltar a ouvir para a semana).
Para que pudéssemos acompanhar o intérprete, um écran gigante ia transmitindo em directo as imagens de Sibertin-Blanc, a leveza dos seus dedos e a agilidade com que ia mudando os registos. O único problema foram as variações que o realizador (não sei se se chamará assim) resolveu fazer. Em vez de nos deixar acompanhar a música com a visão do intérprete, em momentos-chave, como quando os puxadores mudavam os registos dos tubos, fazia «efeitos especiais», abrindo e fechando a imagem em bolas, em cortina, e outras coisas do género, mostrando os anjos que encimam o órgão, ou os tubos, elementos interessantes, mas cujas imagens serviram apenas para distrair, perturbando o tranquilo acompanhar da interpretação.
Veremos se no próximo sábado (sempre às 21.30) João Vaz terá mais sorte.

13 setembro 2008

Hoje, à noite, em Faro...

... vou à livraria Pátio de letras. Gostei do livro de poesia do Pedro Afonso. Nunca li nada de Manuel Moya, mas conheço o Fernando Cabrita e é sempre um prazer ouvir o que tem para dizer.

05 setembro 2008

blogues bloqueados em bibliotecas

(foto daqui)

Li neste blogue, que muito aprecio e prezo, que na Biblioteca de Faro não se podia consultar blogues à vontade. Não se pode. Nem ali nem noutros locais, como na «minha» Universidade. Quase todos estes sítios públicos que têm jovens (e crianças, no caso da biblioteca) como utilizadores têm instalado um filtro que barra o acesso a sites com conteúdos associados a pornografia. Ora, ao encontrar algumas palavras consideradas obscenas, bloqueia. Isto chega ao caricato: sei de um caso de um colega de Latim que, ao colocar no blogue que criara para a sua disciplina um texto em que entrava o verbo latino puto, putas, putare, putaui, putatum (que significa «julgar, considerar»), foi bloqueado.
O mesmo se passa nesses lugares (onde este blogue, por causa do exemplo acima, ainda vai ser de acesso proibido, eheheh).
Mas, pelo que sei, qualquer utilizador pode pedir que determinado endereço seja desbloqueado, o que geralmente acontece, pois as direcções sabem que aqueles filtros são genéricos e que impedem o acesso a muitos sítios que não têm nada de impróprio. Aliás, na Biblioteca António Ramos Rosa (dita «de Faro») aparece a frase: «Se considerar que, neste caso, os conteúdos são didáctico-informativos, pode fazer um pedido de desbloqueio de página neste formulário».
Fulanizando a situação, a ideia que tenho da directora da Biblioteca de Faro é a de uma pessoa que, se não faz mais pela cultura é porque não pode.

18 agosto 2008

Pátio de Letras

Fui, finalmente, à nova livraria de Faro, a Pátio de Letras. É uma loja bonita, com um pátio confortável que separa o espaço onde se vendem os livros de um espaço - uma casa antiga - onde se podem ver exposições (neste momento está um de Sonia Cabañas e uma, que me pareceu particular, de livros de espionagem e policiais). Enquanto o bar não abre, está disponível uma máquina de bebidas e comidas.
Associado a este projecto está a editora Mundo em Gavetas, que já ali lançou um livro de um dos sócios da livraria, José António Barreiros. Não comprei e não li, mas ao folhear fiquei com pena que o aspecto gráfico estivesse descuidado (mancha gráfica pouco agradável, parágrafos desformatados e desiguais na abertura, margens reduzidas, por exemplo), tratamento que as ilustrações de Abel Agostinho* e, certamente, o texto não mereciam.
A livraria ainda está a crescer e cada vez tem mais editoras representadas. Ah, e tem um horário maravilhoso: está aberta TODOS os dias, das 10h até às 20h (segundas e terças), 21h (quartas, quintas e domingos) ou 23h (sextas e sábados).
Vamos ver se entre idas e vindas de casa para a Faculdade irei passar por lá mais vezes.

*Estava Baptista. Corrigi.

08 agosto 2008

Ontem, em Faro

Ontem estive na Feira do Livro de Faro e foi uma tristeza.
Afinal o encontro de autores não foi no pavilhão da Sulscrito, mas no da Câmara Municipal. Os escritores (sete) estavam sentados dentro do pavilhão e os espectadores do lado de fora, em pé. Como seria de esperar, poucos ficaram parados uma hora. Iam circulando pelos pavilhões da feira, foram ao café, e os que paravam (como eu) ficavam com a sensação de estarem a olhar para uma exposição ou para um quadro, juntamente com meia dúzia de pessoas como eles. Nem uma cadeirinha para os interessados em ouvir o que aqueles homens (nenhuma mulher a sul?) tinham para contar. Ainda por cima, três deles eram espanhóis, o que obrigava a maior concentração.
Enfim, salvou-se a noite com a presença de António Manuel Venda, que foi quem me levou lá, e de Pedro Afonso, um antigo aluno meu que estava no grupo como jovem poeta (acabou de sair o seu primeiro livro), que animou bastante quando chegou a sua vez de falar. Levantou-se, explicou que estávamos todos na mesma margem e desenvolveu a velha metáfora do rio como o espaço da escrita de uma forma fresca, como me pareceu ser também a sua poesia.
De António Manuel Venda obtive os autógrafos para os meus/seus livros e dois dedos de conversa, daqueles rápidos de quem tecla, que havia mais quem o quisesse, mas ainda teve tempo para me dizer que deve sair um novo livro em Setembro.
Soube, entretanto, que abriu uma nova livraria em Faro, Pátio de Letras, com bar, horário alargado e happy hour de livros. Hei-de ir lá em breve.