Grave, grave, grave.
Para lermos com muita atenção, pois não se passa só em Itália.
Texto (está no blogue e no facebook) de Fernando Mora Ramos, encenador do Teatro da Rainha:
Porque é que não tenho aulas de Português?
OLHÃO - Auditório Municipal
Quinta, dia 04 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes
Sexta, dia 05 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes
Sábado, dia 06 de Junho - 21:30
FARO - Teatro Lethes
Domingo, dia 07 de Junho - 16:00
FARO - Teatro Lethes
As ondas vão e vêm, mas o mar é o mesmo. É o que acontece com um clube de teatro escolar. Os alunos vêm, criam laços e depois partem. Tem sido assim ao longo de 12 anos de trabalho sistemático, sem interrupções. Às vezes, mais do que uma produção por ano. Uns anos são 20, outros apenas 3. Mas o Teatro faz-se com a emoção e o saber do momento, independentemente do número. Obrigada aos que por cá passaram. As viagens continuam para quem fica.
Ana Cristina Oliveira
Fui no Sábado ver uma peça de teatro a Olhão. Encenada por Paulo Moreira e interpretada por João Evaristo, é um monólogo inspirado em textos do brasileiro Alexandre Ribondi.
O cartaz do espectáculo mostra um homem nu, o que nos remete para um tipo de história que nem todos irão ver. Ou irão enganados!
Porque a nudez aqui é a da alma... dos outros.
Veronete conta a descoberta do amor entre dois homens. Trabalhando como empregada doméstica na casa de um engenheiro, vai acompanhando a descoberta do amor entre este e o seu jardineiro. Ambos muito homens, ambos muito masculinos, bonitos... uma história muito bem contada, sem cair na vulgaridade ou na afirmação de uma qualquer sexualidade. Na verdade, a sexualidade das personagens contadas nem importa muito na história...
A sexualidade da contadora... essa tem a sua graça, pois é um travesti. Veronete chamava-se Jair e é uma mulher num corpo (que mantém) de homem. Mas gosta de se vestir de mulher e sente como tal. Aliás, o texto faz referências ao corpo da mulher como só uma se lembraria de o fazer...
A interpretação de João Evaristo é genial. Na sua modéstia, disse que tudo se devia ao Paulo Moreira: «Eu sou só o boneco. Isto é tudo ideia do Paulo».
Não querendo minorar o trabalho do encenador (antes pelo contrário: excelente!), estar uma hora em cena, interpretando um monólogo, falado com pronúncia brasileira (o que dificulta a improvisação quando há uma «branca») e não se tornando ridículo, interagindo com o público, do alto de uns tacões, ... é obra de grande actor!
Estou com vontade de voltar à Sociedade Recreativa Olhanense no próximo fim-de-semana, só para ver tudo outra vez!