12 novembro 2007

Do amor

(Foto minha. Rodin - Eros e Psyche - Ermitage - S. Petersburgo)

O amor não tem uma natureza simples, bela ou feia em si mesma: é belo, se realizado com beleza, e feio, se realizado com vileza.
Vileza é quando se concede uma afeição indigna a um homem indigno; e nobreza, quando se concede uma feição digna a um homem de bem. E por indigno entendemos justamente esse amante popular, que prefere o amor do corpo ao amor da alma, e não guarda constância porque o objecto a que se prende não é também constante [...].
Pelo contrário, aquele que ama alguém pela beleza do seu carácter, esse permanece fiel pela vida fora, porque se funde com o que é constante.

Discurso de Pausânias no Banquete de Platão. Tradução de Maria Teresa Schiappa de Azevedo para as Edições 70.

Para mais discursos do Banquete, ver aqui, aqui, aqui...

7 comentários:

Miguel G Reis disse...

Bom dia!
Gosto muito, gosto muito. Um bocado de Platão de que gosto muito, por concordar com o conteúdo. ;-)

Beijinhos

Arcanjo disse...

Simplesmente amo... mesmo de olhos vendados... apenas com a alma e o coração abertos :-)

Beijos de excelente semana***

Gi disse...

Ainda bem para quem está mais no grupo das interessantes e intelectualmente estimulantes do que no das giras ;-)

Anónimo disse...

minha querida


garanto que só agora cá vim, mas o meu post de hoje é exactamente sobre isto, não tão explícitamente.

Vou "mandar a malta" para cá.


beijinhos

Teresa disse...

sábias palavras, minha querida.

uma boa semana.

Madame Maigret disse...

Muito boa tarde, Madame Sócrates.
Muito gosto em encontrá-la, eu que também fui uma mulher na sombra toda a vida.
Assim amei Jules, desde o primeiro dia em que o vi. Amor alimentado pelo entusiasmo da admiração.
Grata pela releitura deste excerto, onde há tanto tempo não pousava os olhos.

Joaquim Moedas Duarte disse...

L I N D O !!!
Obrigado!