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11 setembro 2009
De papoilas, Ó Noite, é que eu precisava!
Ou que o galo da vizinha cantasse mais tarde.
No 3º aniversário deste blogue, deixo-vos com O Sono.
Uma belíssima tradução de Domingos Lucas Dias, editada pela Vega, das Metamorfoses, de Ovídio (em dois volumes, bilingue).
No país dos Cimérios há uma caverna profunda, oca
montanha, morada e santuário do ocioso Sono, onde Febo
nunca pode chegar com seus raios, nem ao nascer,
nem a meio de seu curso, nem quando se põe.
(...)
Não há ruído de animais selvagens, nem de rebanhos,
nem de ramos agitados pelo vento, nem da altercação da voz
humana. Reina a muda quietude. Da raiz da rocha, contudo,
brota um ribeiro de água do Letes que, correndo murmurante
em leito de seixos rumorejantes, convida ao sono.
Frente à entrada da caverna, crescem incontáveis ervas
e a fecunda papoila de cuja seiva a Noite colhe um narcótico
que, com a sua humidade, espalha sobre a terra escura.
Para não ranger, ao rodar no gonzo, não há porta nenhuma
na casa toda, nenhum guarda à entrada. Mas, a meio
da caverna, ergue-se um leito de ébano, colchão de penas,
cor preta, coberto de negra colcha, onde o mesmo deus
se deita, dissolvido na preguiça. Em volta dele, ao acaso,
imitando formas várias, deitam-se tantos quiméricos
sonhos como espigas tem a messe, folhas tem a floresta
e grãos de areia tem a praia.
(Livro XI, vv. 592-614)
22 maio 2009
A sétima filha
Desde que me lembro, fui confrontada com a realidade da vida e da morte.
Sempre soube que só nasci, porque a minha irmã mais velha tinha morrido, pois não seria intenção dos meus pais terem sete filhos.
Nunca fiquei contente por os meus pais terem passado pela morte de filhos (já vão em 4), mas neste caso específico... tenho de admitir que estou contente por ter nascido.
Sei que foi muito difícil para os meus pais fazerem festas em vez de ir ao cemitério e eu agradeço-lhes por isso, por não terem tornado este dia cinzento, mas sempre um dia de festa.
Obrigada e muitos beijinhos, Mãe. Quando aí for mostro-lhe este postal.
Sempre soube que só nasci, porque a minha irmã mais velha tinha morrido, pois não seria intenção dos meus pais terem sete filhos.
Nunca fiquei contente por os meus pais terem passado pela morte de filhos (já vão em 4), mas neste caso específico... tenho de admitir que estou contente por ter nascido.
Sei que foi muito difícil para os meus pais fazerem festas em vez de ir ao cemitério e eu agradeço-lhes por isso, por não terem tornado este dia cinzento, mas sempre um dia de festa.
Obrigada e muitos beijinhos, Mãe. Quando aí for mostro-lhe este postal.
22 maio 2008
Mais um!
22 abril 2008
(Grand) Father Clock
Apercebi-me disto na última vez que estive em casa dos meus pais: associo o meu pai às badaladas deste relógio que está na casa de jantar.
Quando entrei estavam a dar as nove no relógio da igreja. Reconheci, no arrastar que precede cada toque, que o nosso se preparava para dar também as suas horas.
E logo pensei no meu pai.Não sei com que regularidade, mas lembro-me bem de o ver a dar-lhe corda, com uma chavinha, que ainda hoje está ao lado do relógio, que encaixava naquelas rodelinhas que se vêem no mostrador, junto ao 4 e ao 8.
Depois, levantava-o ligeiramente de uns dos lados até se ouvir «clic», e o tic-tac, interrompido durante a tarefa, recomeçava.
Tic-tac, tic-tac.Faria hoje 95 anos.
Há três que não dá corda ao relógio. Mas não há por que o lamentar (a não ser por uma egoísta saudade), pois viveu bem e longos anos.
Apetecia-me ligar-lhe a dar os parabéns.O que vou fazer é ligar à minha linda sobrinha Joana, que faz hoje 25. Se eu for como o avô dela, ainda há-de receber chamadas minhas por mais 50 anos!
13 outubro 2007
Parabéns, Mãe!

Deste núcleo, já não estamos todos, mas os que faltam estão connosco no coração.
As famílias são assim: crescem, multiplicam-se, uns vão, outros vêm.
Muitos beijinhos, Mãe!
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