22 abril 2008

(Grand) Father Clock


Apercebi-me disto na última vez que estive em casa dos meus pais: associo o meu pai às badaladas deste relógio que está na casa de jantar.
Quando entrei estavam a dar as nove no relógio da igreja. Reconheci, no arrastar que precede cada toque, que o nosso se preparava para dar também as suas horas.
E logo pensei no meu pai.
Não sei com que regularidade, mas lembro-me bem de o ver a dar-lhe corda, com uma chavinha, que ainda hoje está ao lado do relógio, que encaixava naquelas rodelinhas que se vêem no mostrador, junto ao 4 e ao 8.
Depois, levantava-o ligeiramente de uns dos lados até se ouvir «clic», e o tic-tac, interrompido durante a tarefa, recomeçava.
Tic-tac, tic-tac.
Faria hoje 95 anos.
Há três que não dá corda ao relógio. Mas não há por que o lamentar (a não ser por uma egoísta saudade), pois viveu bem e longos anos.
Apetecia-me ligar-lhe a dar os parabéns.
O que vou fazer é ligar à minha linda sobrinha Joana, que faz hoje 25. Se eu for como o avô dela, ainda há-de receber chamadas minhas por mais 50 anos!

9 comentários:

Anónimo disse...

Ah pois é, minha nossa a minha prof de latim. 'tá td bem?
penso k já não se lembra de mim,mas pronto...eu lembro-me de si,lol...
tb tenho um blog http://meialuadesabao.blogs.sapo.pt/
se tiver msn ligue paulacoelho78@hotmail.com
adorei o seu blog e ri-me bastante com os posts. E kal não foi a minha surpresa kando vi a kem pertencia...
um grande beijinho e diga algo.

Ana Paula Coelho

Xantipa disse...

Olá!
Assim, de repente, não estou a ver quem a Ana Paula é, mas, se a vir, devo reconhecê-la.
:)
Ainda bem que gostou e se divertiu no blogue (mais do que nas aulas de Latim, imagino. Em que ano foi minha aluna?).
Vá aparecendo e fale-me de si.
Um abraço
Adriana

Anónimo disse...

LOL...nã até me divertia nas suas aulas e, fazia os TPC,lol. Fui sua aluna em 2003/2004 (axo). Fikei grávida em 2004, último ano, mas ainda consegui terminar o curso. Tb fui sua aluna em Mito e Literatura em 2003. Ainda existe essa cadeira??
Tenho imensas saudades da UAlg, de todo akele ambiente. Mas pronto. Agora já tou casada e com filho (chama-se Xavier) e a trabalhar.
se kiser fike com o meu mail paulacoelho78@hotmail.com
e vá dando noticias tb.
Gostei mt de ver por aki. Eu entrei no mundo dos blogs há poko tempo, e 'tou viciada nisto.

Bjs
Ana Paula

Anónimo disse...

Também tenho um relógio parecido com esse em minha casa. Era dos meus avós. Infelizmente, já não estão fisicamente comigo, mas estão bem presentes no meu coração. Relembrar as suas histórias, os seus sorrisos é muito bom.

Recordar os bons momentos que passou com o seu pai é uma bonita forma de passar esta data.

Parabéns à sobrinha.

Um abraço

Anónimo disse...

A sobrinha agradece os parabéns! É sempre bom termos recordações daqueles que já não estão connosco. O tempo é que não perdoa e teima em ir apagando algumas...

Beijinhos grandes para a tia!
:)

Luís Maia disse...

Eu gosto dos post simples, sem pompa nem circunstância, que em meia dúzia de palavras, consagram ideias de grande significado como este

Luís Maia

Xantipa disse...

Obrigada, Ana Paula, pelo elogio! sabe bem...
:)

Cartas a Si, obrigada, também, pelas sempre tão simpáticas palavras.

lfm, eu sou assim, como pode ver pelo blogue. Muitas vezes, ponho coisas de outros que dizem o que quero muito melhor que eu. E não é falsa modéstia: é o peso de mais de 2000 anos de tradição literária e filosófica a falar.
Volte sempre.

Querida Joaninha!
Linda!
Sabes, a memória é mesmo assim, esconde-nos recordações, para que a vida não fosse um inferno de dor pelos que perdemos de tal modo poderoso que nos impedisse de viver a vida felizes.
Tomei consciência de que não me lembraria de tudo como queria no dia em que não consegui «ouvir» a voz da avô Stela (tua bisavó. Ficam as frases, os ensinamentos, algumas recordações. É assim...
Muitos beijinhos da tia.

effetus disse...

Olá.
Caí, quase por mero acaso, neste seu blog... e gostei do que vi e li.
Este seu artigo sobre o relógio do seu pai faz-me recordar também o meu avô (falecido com 89 anos), que com a regularidade própria das pessoas organizadas, semanalmente dava corda ao relógio, muito parecido com este (e que, por acaso, herdei...).
Só discordo de si numa coisa: como acabei de perder a minha mãe, as saudades que sinto - e que todos sentimos por quem parte - não são egoístas. São a única forma de lavar a alma, para além das lágrimas que a mesma saudade nos faz verter...
Um saudação especial e felicidades para o seu blog.

Xantipa disse...

Obrigada, Tony!
Volte sempre!
:)