13 setembro 2006

«O retorno aos clássicos»

Ler o texto completo em A Grande Loja do Queijo Limiano.
É um post com quase dois meses, mas gostei de ver que nós, os dos estudos clássicos, que andamos escondidos (como aqui se diz) e espalhados por faculdades que ultrapassam as portas das mencionadas (como aqui não se diz), temos público, apesar da guerra que nos é feita pelas reformas do ensino...

«classicistas de Coimbra e deLisboa, mas também do Porto, Aveiro e Braga traduziram nos últimos 25 anos Ésquilo e Sófocles, quase todo o Eurípides, muito Aristófanes, todo o Terêncio, quase toda a obra plautina, muito Cìcero, quase todos os diálogos platónicos, Aristóteles, Plutarco (é verdade faltam as obras maiores), Heródoto (está bem, falta Tucídides), Homero, Virgílio, os líricos gregos, Horácio, Marcial, Petrónio, etc., etc.. Mas essa elite- sim é uma elite e por isso os beócios querem acabar com ela -, fez mais, muito mais. Estudou a historiografia, o teatro, a filosofia moral, a poética e a retórica, a épica grega e latina; revelou muitas obras da nossa Idade Média Latina; deu a conhecer a riquíssima literatura novilatina do Portugal de Quinhentos. Foram classicistas que trouxeram de novo à luz obras de Cataldo, André de Resende, AntónioPinheiro, Damião de Góis, Aquiles Estaço, Jerónimo Osório, Inácio deMorais, Luís da Cruz, Miguel Venegas, Aires Barbosa, Diogo Pires, LopoSerrão, etc., etc. A esses classicistas se deve a história do humanismo em Portugal feita a partir dos textos e não de conjecturas mais oumenos preconceituosas.”

Resposta do «Queijo»:

«Ora, meu caro “mabeco” ( o privilégio deste tratamento, como saberá, é aqui da Loja e tem o copywright assegurado por Vital Moreira), folgo muito em ler tudo o que conta, mas que conta pouco, no panorama mediático português.
Por isso mesmo, as referências de Maria Helena da Rocha Pereira a um grupo de classicistas de muito valor, formados pelas escolas de Coimbra e Lisboa, foram apontadas no texto em causa, embora circunscrito a uma espécie de seitas escondidas nas faculdades.
E também por isso mesmo, é que se estranha que nos jornais apareçam diletantes a escrever crónicas avulsas, quando poderíamos certamente com muito proveito e exemplo, ler artigos e textos de quem se esmerou a estudar labirintos.
Estranha-se, mas não se entranha porque a razão para tal fenómeno, foi também apontada a seguir, no meu modesto entender: quem dirige jornais, sabe de jornalismo e pouco mais. Logo, co-opta para a escrita quem lhes parece sábio…segundo a sua própria sabedoria, feita de valores e referências idiossincráticos e de mediocridade patenteada.

Como também já disse, uma das razões do nosso atraso geral pode muito bem residir nesse nicho de mercado de que ninguém fala. Aliás, quem é que nos media, levantaria essa voz?! Só um "maluco" , pela certa. Vamos lá a ver...»

Vamos lá ver...

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