Esta peça de Eurípides que a Charlotte seleccionou como leitura para as férias fez-me lembrar a questão da tradução dos títulos. Fala-se muito dos títulos de filmes e livros modernos e contemporâneos mas poucas vezes dos clássicos. Claro que isto tem razão de ser: séculos de tradição de tradução; poucas edições portuguesas de alguns títulos potencialmente mais polémicos; títulos simples atribuídos a posteriori (nomes de pessoas ou lugares, por exemplo).
Há uns meses conversava com um colega da U. Coimbra sobre a tradução que ele iria fazer do nome de uma comédia de Plauto intitulada Poenulus. Em inglês aparece como The Little Carthaginian, The Young Carthaginian, The Puny Punic. Das várias hipóteses por ele levantadas, a que mais me agradou (e divertiu pela sonoridade conseguida) é O Punicozinho.
Não sei se será esta a eleita aquando da publicação...
Voltando à tragédia de Eurípides, o nome pelo qual é conhecida é As Bacantes. Já foi várias vezes representada (vi-a há 13 anos - confirmei agora - na Gulbenkian, no anfiteatro ao ar livre, pela Escola de Mulheres) e traduzida em muitas línguas. O nome que lhe damos vem, como quase todos, através do latim, e do radical bacchant- chegamos a bacante.
Ora como o nome grego é, de facto, Βακχαι (Bacchai), o tradutor brasileiro, Jaa Torrano, optou pela forma transliterada e chamou-lhe Bacas.
Sei que não devia, mas não consigo deixar de me rir.
Não sei se será esta a eleita aquando da publicação...
Voltando à tragédia de Eurípides, o nome pelo qual é conhecida é As Bacantes. Já foi várias vezes representada (vi-a há 13 anos - confirmei agora - na Gulbenkian, no anfiteatro ao ar livre, pela Escola de Mulheres) e traduzida em muitas línguas. O nome que lhe damos vem, como quase todos, através do latim, e do radical bacchant- chegamos a bacante.
Ora como o nome grego é, de facto, Βακχαι (Bacchai), o tradutor brasileiro, Jaa Torrano, optou pela forma transliterada e chamou-lhe Bacas.
Sei que não devia, mas não consigo deixar de me rir.
7 comentários:
De facto...
Devo confessar que desde que o mês de Agosto começou, a última coisa que me tem apetecido é rir, mas depois de ler este "post" não consegui conter o riso. Obrigada por partilhar connosco esta pequena curiosidade da tradução.
Um abraço
Estava a pensar em "As Bacas do Bale do Bouga"... Seria um belo título no género "Código d'Avintes".
O melhor é rir, mesmo!
Abraço
JJS
Mas?!?
Qual é o mal? Bacantes, bacas, baquinhas, onde está a diferença?..
PS - Gosto muito da tua nova foto de apresentação; cortaste o cabelo? :)))
David,
Obrigada pelo cumprimento. A foto tem um mês e não cortei o cabelo.
:)
JJS,
Que excelente ideia!!!
Vamos escrever?
bj
Cartas a Si,
Ainda bem que a faço rir!
bj
Gi,
Pois é...
:)
Xantipa o Jaa Torrano era brasileiro do "Puerto"?...
Gostei do JJS, só não dei agora uma gargalhada porque acordava a vizinha de "xima".
Eu também gosto da nova fotografia
A mudança foi por ser verão? Eu mudei a cor do blog... mas é outro amarelo.
Bj
Maria
Caríssima Adriana Freire Nogueira: A sua incontinência do riso diante de minha vernaculização (não "transliteração") do grego "Bakkhai" na forma "Bacas" lembrou-me de uma fala de Sócrates de Platão, a saber: "Ao colher verde o fruto do riso, não sabe nem por que ri, nem o que faz." Platão, República, 457 b 3-5.
Em tempo, meus parabéns por seu interessante blog. Um abraço cordial, de seu amigo,
Jaa Torrano.
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