Os Gregos (e os Romanos também - veja-se César, descendente de Vénus) gostavam de apresentar um deus na origem da sua família. Heródoto conta-nos esta lição dada pelos sacerdotes egípcios, sobre a natureza humana dos... homens:
Então, durante esse período de onze mil e trezentos e quarenta anos, dizem os sacerdotes, não houve rei algum que fosse um deus sob forma humana, nem aconteceu isso antes ou depois desse período entre os restantes reis dos egípcios.
O historiador Hecateu esteve antes de mim em Tebas, onde traçou para si mesmo uma genealogia que vinculava sua linhagem a um deus na décima sexta geração de seus antepassados.
Então, quando Hecateu traçou sua genealogia e reivindicou para seu décimo sexto antepassado a condição de deus, os sacerdotes também traçaram uma genealogia de acordo com o seu método de computação, pois não se deixariam convencer da possibilidade de um homem descender de um deus; eles traçam a genealogia ao longo da fileira completa de trezentos e quarenta e cinco estátuas colossais, chamando-as Píromis, filho de Píromis, mas sem associá-las com qualquer antepassado, deus ou herói (píromis em língua helênica significa apenas um homem bom).
Assim eles mostraram que todas aquelas pessoas cujas estátuas se alinhavam lá haviam sido homens bons, mas estavam muito longe de ser deuses»(texto de Herótodo daqui)
4 comentários:
Bem, como é da natureza dos homens (bons), esta passa. Mais uma lição, para quem não dá ponto sem nó, até que é interessante e nos ensina muito sobre o que nós (homens bons) efectivamente somos.
Gostei do blogue, penso regressar.
Boa tarde
Interessante o blogue e que bastante nos elucida.
Mas estava convencido que uma geração era 25 anos..li que um século são 3, fico na dúvida.
Ou não?
Irei passando, para averiguar..
Cumprimentos
Lúcio,
Obrigada pela visita.
José,
A contagem das gerações, hoje em dia, não é consensual. Não investiguei como os Gregos a contavam, mas quando souber digo-lhe!
Um abraço
Se pensarmos que todas as pessoas têm dois pais, quatro avós, oito bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 pentavós... e por aí fora, ao fim de 300 gerações (2 elevado a 300), não há quem não descenda de deuses.
Na "História Universal da Estupidez Humana" conta-se que no século XVII, na Áustria, se viveu uma invulgar febre genealógica. Não havia cão vadio endinheirado que não pagasse a um especialista, para este lhe construir a árvore genealógica. Invariavelmente, os melhores (e mais caros) faziam remontar a ascendência do cliente aos parentes de Jesus Cristo.
Num castelo qualquer dos arredores de Viena há ainda hoje um quadro que representa a castelã a ajoelhar-se diante de Nossa Senhora e esta a impedir-lho, dizendo-lhe em legenda: "ora, prima, entre parentes não há estas formalidades"!
Enviar um comentário