28 julho 2009

Ouvir o povo...

Não sei porquê, mas nas maiorias absolutas o Poder tem tendência a não ouvir o seu Povo. Essa atitude, mostra o saber dos Antigos, só traz desgraças a todos.

(...)

Hémon – Não é isso que afirma o povo unido de Tebas.

Creonte – E a cidade é que vai prescrever-me o que devo ordenar?

Hémon – Vês, falas como se fosses uma criança.

Creonte – É portanto a outro, e não a mim, que compete governar este país?

Hémon – Não há Estado algum que seja pertença de um só homem.

Creonte – Acaso não se deve entender que o Estado é de quem manda?

Hémon – Mandarias muito bem sozinho numa terra que fosse deserta.

(Sófocles, Antígona, vv. 733-739. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira)

2 comentários:

José Ricardo Costa disse...

A última fala de Hémon é espantosa. Lembrei-me de Ivan, o tal terrível e da solidão do poder, magistralmente filmada por Eisenstein.

JR

aferreira disse...

-Este dialogo deveria ser texto de cabeceira e lido obrigatorimente a deitar por todos aqueles tem nas suas mãos o poder seja politico seja económico então este ultimo é diabolico.