Não sei porquê, mas nas maiorias absolutas o Poder tem tendência a não ouvir o seu Povo. Essa atitude, mostra o saber dos Antigos, só traz desgraças a todos.
(...)
Hémon – Não é isso que afirma o povo unido de Tebas.
Creonte – E a cidade é que vai prescrever-me o que devo ordenar?
Hémon – Vês, falas como se fosses uma criança.
Creonte – É portanto a outro, e não a mim, que compete governar este país?
Hémon – Não há Estado algum que seja pertença de um só homem.
Creonte – Acaso não se deve entender que o Estado é de quem manda?
Hémon – Mandarias muito bem sozinho numa terra que fosse deserta.
(Sófocles, Antígona, vv. 733-739. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira)
2 comentários:
A última fala de Hémon é espantosa. Lembrei-me de Ivan, o tal terrível e da solidão do poder, magistralmente filmada por Eisenstein.
JR
-Este dialogo deveria ser texto de cabeceira e lido obrigatorimente a deitar por todos aqueles tem nas suas mãos o poder seja politico seja económico então este ultimo é diabolico.
Enviar um comentário