16 dezembro 2007

Diana e Minerva

Caio Plínio saúda o seu amigo Cornélio Tácito

1. Vais rir, e é justo que rias. Eu, aquele que conheces, apanhei três javalis e bem bons. «Tu próprio?» - perguntas. Eu próprio; e nem sequer me afastei inteiramente da minha inércia e quietude. Estava sentado ao pé das redes; tinha, junto a mim, não uma lança ou um dardo, mas um estilete e tabuinhas para escrever; meditava em qualquer coisa e tomava notas, para que, se voltasse de mãos vazias, pelo menos levava as tábuas cheias. 2. Não desprezes este modo de trabalhar; é de admirar como o espírito é estimulado pela agitação e movimento do corpo; já a solidão que envolve a floresta e aquele silêncio que é proporcionado pela caça são grandes estímulos do pensamento. 3. Por conseguinte, quando caçares, podes fazer como eu e leva o teu cesto de pão e uma garrafinha com bebida, bem como as tabuinhas para tirares apontamentos: vais dar-te conta de que Diana não vagueia mais pelos montes que Minerva.
Adeus.

3 comentários:

António Luís disse...

Gostei do seu blogue... O nome dele é politicamente sugestivo.
Vou passar por cá mais vezes.

Cumprimentos.

A OUTRA disse...

Semore gostei desta caçadora.
Acho linda esta figura de mulher!

Xantipa um BOM NATAL.

Rosario Andrade disse...

...como é que nunca passei por aqui? Também eu sou uma classicista com multiplos interesses. Adorei o blog, e voltarei assiduamente!

Boas Festas!

Beijicos