03 abril 2008

Pandora, de seu nome

De imediato modelou com terra o ilustre Argeifonte
uma imagem de virgem casta, como vontade do Crónida.

Cinge-lhe a cintura e embeleza-a a deusa Atena de olhos garços.

As divinas Graças e a veneranda Persuasão

envolveram-lhe o colo com colares de ouro e em sua volta

as Horas de formosa cabeleira coroaram-na de flores primaveris.

Todo o tipo de adornos a seu corpo ajustou Palas Atena.

E em seu peito incutiu o mensageiro Argeifonte

mentiras, palavras sedutoras e carácter volúvel,

por vontade de Zeus tonitruante. Insuflou-lhe voz

o arauto dos deuses e deu a esta mulher o nome

de Pandora, porque todos os habitantes das mansões do Olimpo

doaram a dádiva, ruína para os homens comedores de pão.

Hesíodo, Trabalhos e Dias, 70-82. Tradução de José Ribeiro Ferreira para a INCM.

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