22 agosto 2008

Por hoje Nelson Évora ter feito ouvir o hino em Pequim

(imagem daqui)

Há alturas em que para os homens a maior necessidade
são os ventos; outras vezes, são as águas do céu,
chuvosas filhas das nuvens.
Mas se com esforço alguém chega a vencer,
os hinos de som de mel

constituem o início de posteriores discursos
e o fiel garante para êxitos enormes.

Sem inveja alguma este louvor é devido
aos vencedores olímpicos.


Píndaro, Ode Olímpica XI, in Poesia Grega, Cotovia, 2006, em tradução de Frederico Lourenço.

3 comentários:

Oldpeyote disse...

"Mais doce a mim será te celebrar em teu triunfo,
Quando um carro vais de Cronos à colina,
Buscar razões mais dignas de encômios,
E as setas mais potentes guarda para mim
A musa, maiores umas do que as outras,
Porque são dos reis! Ao longe não me olhes,
Olhar ao céu é o que te cabe,
E a mim juntar-me aos vencedores,
E espalhar por Grécia toda a flama dos meus versos."

1ª Ode Olímpica

António Conceição disse...

«... basta lembrar aquele nadador que ganhou, aos 21, uma medalha para que se tinha preparado 15 anos.
Não se imagina nada mais triste. O "ideal" olímpico acabou num horror sem alívio»
Vasco Pulido valente, hoje, no jornal "Público".

Estas palavras de VPV redimem-nos colectivamente. São bem mais valiosas do que a irrelevante e insignificante medalha do Sr. Évora.

Xantipa disse...

Obrigada, Oldpayote.

Caro Funes,

Como não podia ler o texto do VPV, por o artigo não está disponível a não assinantes, procurei na net e encontrei-o num blogue.
Na verdade, não acompanhei os jogos dos Jogos Olímpicos. Vou lendo na blogosfera o que se tem passado. Mas hoje, ao ver o telejornal, não pude deixar de ouvir o nosso hino e correspondi ao sorriso de contentamento que o rapaz ostentava com um sorriso também.
A relevância que damos a estas coisas é a que quisermos. Eu cá também gostei de (não sei se é o melhor verbo... «arrepiei-me com» é melhor)o que escreveu o VPV.