... em que só me lembro das palavras de Séneca e de como não me servem na correria em que ando, obrigo-me a parar e a ler um soneto do novo livro de Nuno Júdice, O Breve Sentimento do Eterno, que me foi oferecido, no sábado, dia 8, quando fui à sua apresentação na bonita livraria Pátio de Letras:
Tempo
Se corre devagar o tempo, e o tempo
não corre, em que relógio contarei
os segundos que se demoram quando as
horas se precipitam, ou o amanhã
que nunca mais chega neste hoje
que já passou? Mas o tempo só o é
quando o perdemos; e ao ver que
é tarde, não se volta atrás, nem
as voltas que o tempo dá o voltam
a fazer andar. Por isso é que o tempo
nos dá tempo para o ter, se ainda
houver tempo; e se tivermos de o perder,
nenhum tempo contará o tempo que se
gastou para saber o que se perdeu, ou ganhou.
Tempo
Se corre devagar o tempo, e o tempo
não corre, em que relógio contarei
os segundos que se demoram quando as
horas se precipitam, ou o amanhã
que nunca mais chega neste hoje
que já passou? Mas o tempo só o é
quando o perdemos; e ao ver que
é tarde, não se volta atrás, nem
as voltas que o tempo dá o voltam
a fazer andar. Por isso é que o tempo
nos dá tempo para o ter, se ainda
houver tempo; e se tivermos de o perder,
nenhum tempo contará o tempo que se
gastou para saber o que se perdeu, ou ganhou.
2 comentários:
Que lindo poema! Também não é de estranhar, sendo o autor quem é.
Ainda não tive oportunidade de ir à Pátio de Letras, mas estou com muita curiosidade em conhecê-la.
Um abraço
Hoje tive TEMPO para te visitar, Adriana!
Fica bem!
Enviar um comentário