01 novembro 2008
Não somos nós
As Janelas
Nestas salas escuras, onde vou passando
dias pesados, para cá e para lá ando
à descoberta das janelas. - Uma janela
quando abrir será uma consolação. -
Mas as janelas não se descobrem, ou não hei-de conseguir
descobri-las. E é melhor talvez não as descobrir.
Talvez a luz seja uma nova subjugação.
Quem sabe que novas coisas nos mostrará ela.
Konstandinos Kavafis, Poemas e Prosas, Relógio de Água, Lisboa, 1994. Tradução de Joaquim Manuel de Magalhães e Nikos Pratsinis.
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2 comentários:
Eis a versão em inglês de Edmund Keeley e Philip Sherrard:
In these dark rooms where I live out
empty days, I circle back and forth
trying to find the windows.
It will be a great relief when a window opens.
But the windows are not there to be found -
or at least I cannot find them. And perhaps
it is better that I don't find them.
Perhaps the light will prove another tyranny.
Who knows what new things it will expose?
Como já disse, talvez um dia eu venha a aprender grego.
Quem não as descobre perguntará sempre (como, aliás, o faz Kavafis) com dúvida e com dor: o que aconteceria se eu as encontrasse?
Quem encontra sabe que encontrou e só isso já é algo de fantástico. Se a isso se acrescentar um encontro autêntico, então viverá uma experiência extraordinária. E ela é possível...
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