Lembro-me muito dele. Quase todos os dias. Falávamos sobre isto, aquilo e aqueloutro. Discutíamos leituras e sentimentos. Tínhamos vidas tão diferentes e tão iguais.
Não é por fazer hoje dois anos que deixo aqui um dos seus poemas. É porque hoje me apetece. Porque hoje ele tem ocupado mais o meu espírito do que ontem. Não sei se também amanhã...
Hinos tardios
A BODY
This is a body disse
Em tom de aviso
E eu pensei que sabia
Da fragilidade da carne
Da força de certos medos
Fiz-me entendedor
De mil injustificados cuidados
Fazendo uso pois
Dos meus mais cuidadosos dedos
E afinal achei-me
perdido
num nunca mais acabar
de casas estreitas
Ah, no bairro do amor...
Tão labiríntico.
Ah, no baile do amor...
Animais mínimos somos sempre
E foi como insectos em nocturno ardor
que em cada botão se viram presos
de perfumes primaveris embriagados
os já ditos dedos. This is a body disse
E eu pensei que sabia
E afinal o aviso era
Só por aquilo que vestia.
Mais poemas aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e mais ligações para outros poemas.
8 comentários:
Obrigada, Xantipa, por partilhares conosco os poemas to teu amigo.
Obrigada, Gi.
Bom dia, Xantipa.
Apetece-me só cumprimentá-la.... e partilhar consigo aí em Faro este sol que também brilha aqui no Bombarral.
Um abraço!
Bom dia!
Somos conterrâneos?
:)
Obrigada pela partilha. Soube-me bem.
:)
Ficaram muitas saudades, sim. E não só por saber que não escreverá mais poemas assim lindos. Obrigada, Xantipa. Obrigada, Pedro.
É lindo o poema e deixou-me triste!...
Querida Reboliço,
A saudade é uma coisa horrível! Mas o humor que ele sempre teve e que transparece nos momentos mais dramáticos fazem-me pensar nele com um sorriso nos lábios, enquanto vou rangendo entre dentes: «Rrrrrrrr! Fazes-me falta! Não tinhas nada de ir embora! Rrrrrrrr!»
Beijinhos
Querida Sobe e Desce,
Lê os outros poemas do Pedro. Vais perceber o grande humor que subjaz ao que escrevia. E a grande inteligência.
Beijinhos
xantipa,
um abraço forte pela tua atitude e pela tua partilha.
bom fim-de-semana.
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