27 outubro 2007

Livrarias em Roma

No tempo da República, os livreiros eram uns desgraçados que tinham de arranjar livros para copiar para os clientes, tendo para isso que recorrer a bibliotecas privadas, o que nem sempre era fácil.
No tempo do Império as coisas mudaram: Roma tornou-se uma cidade cosmopolita também do ponto de vista intelectual, sendo a demanda de livros tal que as livrarias passaram a ter aquilo a que podemos chamar o início da ideia do «fundo de catálogo» (já raro hoje em dia).

Existiam nas lojas livros de escritores como Vergílio ou Tito Lívio e sabe-se que um livreiro até tinha vários volumes da Institutio Oratoria, de Quintiliano. E se lhe pedissem um livro que não tinha (o que seria comum), recorria, como antes, às bibliotecas, e mandava fazer uma cópia!

As autores não ganhavam direitos, mas atingiam, assim, um maior número de leitores (em vez de serem eles a fazer ou mandar fazer as cópias dos seus livros), e esse é o objectivo de todo aquele que publica.
Uma boa livraria em Roma? Marcial diz que há já ali uma:

«procura Secundo, liberto do douto Lucense,
por trás do limiar do templo da Paz e do foro de Palas

(Fonte: Lionel Casson. Ver aqui)

5 comentários:

carneiro disse...

Em Roma, em Roma, conheço duas: A Bertrand, mais clássica, e a Barata para quem gosta de estar na moda.Ao lado uma da outra.

Xantipa disse...

Boa!
:)
Lolllllll
Beijinhos

José Bandeira disse...

«por trás do limiar do templo da Paz e do foro de Palas.»
Delicioso.
E de certeza que, ao contrário das livrarias da avenida de Roma, serviam um belo cappuccino.

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Amanhã vou-me inscrever na site que tens aí do Aristóteles. Estou louca por poder olhar dentro da Metafísica - mas não sei ainda se já têm alguma Metafísica traduzida.
Vi que havia na Internet em Espanhol. Estou apaixonada por Aristóteles querida amiga,

(Uma coisa que pensava impossível...)

spring disse...

olá!
regressados de férias retomamos as excelentes leituras da antiguidade por aqui:)
nessa época já tão distante, pelos vistos já existia a personagem do livreiro.
nos dias de hoje esta personagem desapareceu de circulação, em tempos idos e de boa memória ele fazia mais por muitos autores que os seus editores, hoje temos autómatos que carregam numa tecla e dizem apontando para uma prateleira procure ali... e já tivemos a prova que o defeito não é só nacional... como eram diferentes os tempos em Roma
beijinhos