14 maio 2007

Ícaro

(The lament for Icarus - H.J. Draper - 1989)


Da Mafalala estorva-nos
a memória dos gregos
É um anjo negro segregado
e assim goza
de asas sussurrantes
Desce por entre
intervalos do vento
e findo o voo refunde
o modelo de cera
Como qualquer pássaro faz ninho
ele no vestido das mulheres
Sem céu fixo
exala a plumagem
da comum nudez interrompida.

(Sebastião Alba, A Noite Dividida, Lisboa, Assírio & Alvim, 1996)

1 comentário:

Anónimo disse...

O cheiro a queimado das minhas penas enjoa, dá-me nauseas. Não há perfume que consiga anular o chamuscado. Imagina que conseguia mesmo lá pousar?