Mais de 5300 euros!
É verdade!
E merece, pois então!
Foi neste semana, penso que na quinta-feira, no «Um contra todos», um programa no canal 1 da RTP, em que se pedia para identificar, quanto à acentuação, a palavras «automóvel».
Não me lembro quantos erraram, mas lembro-me que o jogador principal comprou a resposta, pois sentia-se inseguro. Se não o tivesse feito, escolheria «agudo». Como comprou, reduziu em cinquenta por cento o valor que já tinha, que ultrapassava os 10600 euros.
Estes valores são virtuais, portanto não o incomodaram. Nem os incomodou (a ele e ao apresentador) o facto de não saberem o nome dos acentos. Ainda comentaram que era difícil.
Difícil?
Se pedissem para acentuar, ainda vá: há muitas dúvidas sobre onde colocar o acento.
Mas identificar uma palavra já acentuada?
Bem, como não quero parecer presunçosa e como os acentos estão bem cotados no mercado (5300 euros é bom dinheiro por um tracinho), segue-se uma pequena explicação.
O acento de uma palavra não tem de ser gráfico. Todas as palavras têm uma sílaba tónica (aquela sobre a qual recai o tom, aprendíamos nós), mas muitas não precisam de a grafar.
E qual é a sílaba tónica? Costumo ensinar que é aquela que prolongamos quando temos de a chamar. Imaginamos que temos de chamar a palavra... palavra: palaaaaaaaaaaavra.
Pronto. Esta é a tónica! E é grave (ou paroxítona), porque é a penúltima (ou a segunda a contar do fim): pa-la-vra.
Não leva acento gráfico, porque os vocábulos portugueses são tendencialmente graves.
Já a palavra que estava em causa no jogo televisivo, «automóvel», sendo também grave , precisa de um acento (agudo - aquele que inclinamos para a direita), pois termina em -l.
Isto porque as palavras que terminam em l, n, r, x, bem como em a, e, o (abertos), i, u (com ou sem s), são naturalmente agudas.
Assim, não precisam de acento palavras como caril, cantar, funil, porque são agudas, mas já é necessário em fácil, éden ou carácter, que são graves.
Fico por aqui. 5300 euros já me dão um jeitão!
7 comentários:
Tudo isso se explica fácilmente. Já não se aprende e pouco se pode ensinar. Boa semana.
Infelizmente actualmente dá-se pouca atenção à Língua Portuguesa... e depois é o que se vê: gente muito culta e que sabe muito... mas que quando abre a boca, enfim...
olá Adriana!
obrigado pela visita ao nosso blogue de cinema.
Gostámos do que lemos aqui, adoramos este "meme":)
iremos passando por aqui.***
paula e rui lima
Chiiii!
Tanto dinheiro?
Tu explicas, tal e qual como me ensinaram e jamais se esquece.
Não posso concordar com o sr. barão da tróia ii!Pois muito se aprende! E mais ainda se pode ensinar! Só não aprende quem não quer! E não me leve a mal mas os advérbios de modo não são acentuados! Isto porque quando tentou explicar facilmente escreveu «fácilmente»...
O saber não ocupa lugar, mas é caro!
Excelente. Muito bem explicado. Não te pago 5300 euros mas aproveitei bem a tua borla.
Obrigado
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