O que acontece quando nos apaixonamos? Por que razão o amor não correspondido é um tormento? O que vemos exactamente quando olhamos para a pessoa amada? Estas perguntas são de todos os tempos. Mas também tiveram «o seu tempo». E nunca floriram em estação poética mais perfumada do que naquele dealbar de rouxinóis a que os especialistas chamam Lírica Grega Arcaica. A qual - pelas perguntas que lhe servem de temática (como já se viu) - é tudo menos «arcaica».
Na forma, é de uma sofisticação que ainda hoje nos deixa pasmados. Na expressão, é tão incomparavelmente subtil que, ao lado dela, a poesia subsequente arrisca-se a parecer-nos kitsch e ordinária.
«Arcaica» é, portanto, uma designação meramente periodológica, referindo-se ao período, na Grécia, que compreende os séculos VI e VI antes de Cristo.
Arquíloco, Álcman, Mimnermo, Safo, Alceu, Íbico, Estesícoro, Anacreonte. Poetas absolutamente geniais.Na forma, é de uma sofisticação que ainda hoje nos deixa pasmados. Na expressão, é tão incomparavelmente subtil que, ao lado dela, a poesia subsequente arrisca-se a parecer-nos kitsch e ordinária.
«Arcaica» é, portanto, uma designação meramente periodológica, referindo-se ao período, na Grécia, que compreende os séculos VI e VI antes de Cristo.
Faço minhas as palavras do Frederico Lourenço (Grécia Revisitada, Livros Cotovia, 2004).
Neste blogue já foram publicados alguns poemas. Pode lê-los aqui, aqui, aqui e noutros lugares.
Deixo um, traduzido por mim, no ano passado:
As minhas fontes já estão grisalhas
e a minha cabeça branca;
A fresca juventude já não está comigo,
Os meus dentes estão velhos
E já não me resta muito
tempo da doce vida ;
Por isso lamento-me com frequência,
receando o Tártaro: pois
as profundezas do Hades
são terríveis, e a descida para lá
é difícil; e também é certo que
quem desce não volta a subir
2 comentários:
Obrigado, Xantipa, pelo doce perfume destes textos perenes...
:)
Ainda bem que gostou!
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