O colóquio em Coimbra foi muito interessante, principalmente pela interdisciplinaridade. Achei curioso que quase todas as comunicações tivessem sido apresentadas com uma certa dose de humor. Foi agradável ver sorrir ou mesmo rir uma audiência acostumada a abordagens mais sisudas. Ali se provou que o riso e o siso não são necessariamente inversamente proporcionais.
Não vou resumir o que foi dito, pois isso está aqui. Vou apenas destacar a intervenção de João Nuno Corrêa Cardoso, presidente do Conselho Pedagógico (CP) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, lugar privilegiado para este linguista conseguir alguns dos exemplos que usa na sua investigação, dado que por baixo da janela do gabinete CP reúnem-se muitos alunos, sendo as conversas que ouve um manancial de informações.
De ar sério, apoiado por divertidas folhas soltas ou estrategicamente dispostas na mesa, apresentou, sem ler, a sua investigação sobre tabuísmos.
Muito interessante e arrojado, pelo desafio que apresenta. Fiquei a saber que «vai badamerda» provém de um castigo medieval que mandava «lamber da merda». A nossa tendência para a economia da língua deu depois naquilo.
Acho que o mesmo já está a acontecer com o «'da-se», que daqui a uns tempos se escreverá «dasse» e ninguém saberá o que era originalmente, podendo ser usado em quase todos os contextos, como hoje acontece com «chatice».
Os investigadores de Coimbra não páram de me surpreender.
De ar sério, apoiado por divertidas folhas soltas ou estrategicamente dispostas na mesa, apresentou, sem ler, a sua investigação sobre tabuísmos.
Muito interessante e arrojado, pelo desafio que apresenta. Fiquei a saber que «vai badamerda» provém de um castigo medieval que mandava «lamber da merda». A nossa tendência para a economia da língua deu depois naquilo.
Acho que o mesmo já está a acontecer com o «'da-se», que daqui a uns tempos se escreverá «dasse» e ninguém saberá o que era originalmente, podendo ser usado em quase todos os contextos, como hoje acontece com «chatice».
Os investigadores de Coimbra não páram de me surpreender.
8 comentários:
O problema é que a palavra "dasse", escrita, sugere a leitura com o "a" aberto.
Já aprendi algo!
E vou explorar os conteúdos do Colóquio, que nos sugeres.
Que a chagada ao Algarve se faça sem percalços!
Amigo!
Tem razão. Pensei nisso... pensei que poderia grafar «dâsse», mas também pensei que quem o diz não se iria preocupar com acentos circunflexos... enfim... assunto a rever.
Obrigada!
Já cá estou!
:)
Gostei Xantipa.
Até houve um Primeiro Ministro que ficou conhecido pelo "badamerda", pois teve a coragem de, da varanda da Secretaria de Estado, mimosear os que o apupavam no Terreiro do Paço ir a esse banquete.
Lembro-me de ler o sucesso que em Espanha fez essa palavra, na altura já muito utilizada por nós.
E por acaso ... hoje não apetece dizer com mais frequência?...
Imagino como o Colóquio foi alegre.
Bj
Maria
Desculpem a conversa de m***a, mas não é bardamerda? Tenho andado enganada estes anos todos?? ehehehe
Interessante, sim, e welcome back!
Olá, sou brasileiro e estou no aeroporto da Capital do Ceará navegando pela lírica do mundo, em busca de cadências que me ajudem a adoçar naufrágios. Vi seu blogo (me irrita o g mudo) e resolvi fazer uma pequena visita e lhe ofercer uma taça de vinho de Fortaleza.
Gostei de seus posts. Veja, se tiver tempo, meu blogo www.poetrica.blogspot.com.
Um abraço
Cara Maria,
O colóquio foi muito alegre, sim!
:)
Querida CF,
Pois agora que o dizes... provavelmente existem as duas versões, dependendo da preguicite linguística do falante que pronuncia o «r» ou não...
;)
Beijinho
Caro Marcelo,
Não perdi tempo, para que o vinho não azedasse e já lhe agradeci a visita.
:)
Abraço
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