04 outubro 2008

Faz 3 anos e estou furiosa

Durante muitos anos não usei tabuísmos (vulgo asneiras) no meu discurso. Muitos anos passados (lá para os trinta) comecei a perceber a sua força expressiva e a usar alguns.
Hoje só me apetece dizer asneiras, palavrões, chamar nomes.
Estou triste e furiosa.
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Estou furiosa porque o Pedro morreu. Porque ele me faz falta. Porque choro ao ler as suas coisas. Porque acho que fiz tudo e se calhar não fiz nada.
Estou furiosa com ele porque ele morreu.
Mexo nas coisas que escreveu e nas que me escreveu.
Só me apetece dizer asneiras!

Maria
Eu se fosse a ti ia de férias uma semana, apaixonava-me esforçadamente e depois olharia MESMO para dentro do coração e analisaria friamente as amorosas saudades sentidas.
Pedro.

Não lhe dei ouvidos.
Fazes-me tanta falta, Manel!

5 comentários:

Teresap disse...

Um abraço solidário e um ouvido à escuta de tabuísmos!Teresap

Anónimo disse...

A falta que nos faz do que já lá vai, por vezes, dá-nos mais força para continuar a lutar pela vida. O tempo não pode apagar sentmentos, mas é preciso ter força para podermos continuar a sentir. Um beijinho

Ana Paula
desculpe o atraso. tive de férias - e de cama :(

José Ricardo Costa disse...

Experimente pensar em Epicuro, no que este dizia acerca da morte...

JR

Anónimo disse...

CARA AMIGA

FOGE DOS ESCRITOS DAQUELE QUE MORREU, SAI E VAI ESPAIRECER QUE ESSA DOR SÓ PASSA COM O TEMPO, DOI, MAS PASSA, NÃO TE DEIXES IR ABAIXO, MUITAS VEZES DURANTE A VIDA A MIM APETECE-ME "LADRAR"

UM ABRAÇO E CORAGEM

(SEM PALAVRAS)

Joaquim Moedas Duarte disse...

Nós sabemos que daqui a cem anos nenhuma das nossas dores fará sentido.Porque é que doem tanto agora?
O tempo e o universo são desproporcionados à nossa dimensão. Nenhum deus cometeria tal erro...
Daí esta frase espantosa de René Char, que resume a nossa condição:
"On naît parmi les hommes; on meurt, inconsolé, parmi les dieux".

Abraço a tua dor. Por que também é minha, também é nossa.