04 outubro 2008

Teoria e jogo do duende

TEORIA E JOGO DO DUENDE

... Que estou aturdido
De gozos e fezes juntos.
S. Teresa d'Ávila

UMA HOMENAGEM

Estava sempre entre os anjos
Quando o vi
E não vi
A luz faz-nos
Saber quando é assim
Negra a aparecer
E desaparecer, aparecer
E desaparecer
Quando dançar
É ensaiar morrer

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O filme escorre: há um pé enfaixado de menina chinesa,
um vento negro, um carro acidentado repetidamente.
Uma vez. Duas vezes. Três vezes... Depois perde-se a conta.
Há vastos lagos de leite fervilhante e uma atmosfera de perigo iminente.
Que dirias tu de viver ali?


(Pedro Luís Baltazar Vieira, 25/01/67- 4/10/2005

2 comentários:

S.M. disse...

Adriana... esse poema é lindo, verdadeiro e doloroso. Eu não imaginava que o Pedro escrevia assim... tenho pena de não o ter conhecido melhor. Também fico furiosa com a morte dele, mas acredita: como o compreendo. E é só esse tanto que podemos fazer agora: compreenê-lo. Abraço apertado para ti ( e para ele, onde quer que o seu espírito esteja).

Anónimo disse...

três vezes quis comentar e as mesmas apaguei.
O Pedro ensina-nos a dançar, pouco mais há a fazer que seja tão válido e quando o penso abre-se-me um sorriso do coração.