Perguntas-me, Lésbia, quantos beijos teus
me bastam e me parecem excessivos.
Quão grande número de grãos de areia,
na Líbia, cobre Cirena rica em laser
entre o Oráculo de Júpiter abrasador
e o sagrado sepulcro do velho Bato;
quantos astros, quando silencia a noite,
observam os amores furtivos dos homens;
tantos são os beijos que deves dar ao delirante
Catulo para ter que lhe baste e o satisfaça.
Tantos que nem os curiosos os possam contar
nem a língua invejosa desejar má sorte.
Catulo, Odeio e Amo, MinervaCoimbra, 2005.
Introdução, selecção e tradução de José Ribeiro Ferreira.
2 comentários:
Lindíssimo poema.
Todos os beijos são sempre poucos, quando de alguém se gosta. Há sempre um novo beijo a dar e a receber, como o renovar dos dias.
beijinhos
Miguel
:)***
Não diria melhor!
Beijos****
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