Mão morta, mão morta
Vai bater àquela porta.
Experimenta por dentro a morte
A criança que canta
E a sua voz segue a arquitectura do movimento
Curva-se como o pulso que bate
E quando uns braços se estendem para si
Há uns braços dentro de si que se estendem sempre
Mesmo diante de uma árvore ferida.
Se eu soubesse de novo essa inocência
Com o que no corpo ainda resta do bailado
Só à volta das árvores rodaria
Quase sem palavras, apenas cantando
Mão morta, mão morta
Vai bater àquela porta.
Inédito de Pedro Luís Baltazar Vieira (1967-2005)
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