27 outubro 2006

Estar próxima... A Lógica da Batata (2)

Daqui a pouco vou fazer uma coisa de que gosto muito: ir a uma escola secundária falar da lógica da batata.
Gosto por várias razões:
- para estar próxima da realidade das escolas. Mesmo a assustadora indisciplina não me amedronta. Quando acontece, não é agradável, claro... quando o 1º quarto de hora é para os sossegar... cansa. E acho que os colegas do ensino secundário são uns heróis! E que quando mais baixo é o ciclo de ensino, mais heróis são!
Tenho de confessar que tenho dificuldade em aceitar idas a algumas escolas... Aceito por solidariedade, mas sem vontade nenhuma... Felizmente, o resultado tem sido positivo, mesmo nessas situações. Os miúdos acabam por se sentir cativados e participar nos encontros. Se isso lhes valeu de alguma coisa, valeu certamente a pena para mim!
- porque esse conhecimento adquirido com a ida à escolas ajuda-me, pois daí a um ano ou dois alguns daqueles alunos virão para as minhas mãos (vou sonhando, eu sei...).
- porque me obriga a simplificar as ideias e a linguagem.
- porque aproxima os diversos níveis de ensino. E isso é produtivo para os alunos e para os colegas, que percebem que a Universidade procura estar próxima, colaborando nas actividades.
Há muitos anos que faço isto, tal como outros colegas. No entanto, a própria Universidade do Algarve percebeu a importância destas actividades e montou uma estrutura chamada Equipa UAlg, com oferta de palestras para (quase) todos os níveis de ensino e para (quase) todas as disciplinas, onde me integrei.
Hoje vou, às 10.20, à ES Pinheiro de Rosa (uma das duas escolas do Algarve de entre as 24 que no país vão ter autonomia).

9 comentários:

Anónimo disse...

Escrevo-lhe precisamente quando estará a entrar na ES Pinheiro de Rosa ... não fosse esta infelicidade de fusos e o consequente jet lag e de bom grado iria ouvir a sua palestra... Nunca ninguém me explicou a lógica da batata...

A. Pinto Correia disse...

Minha cara amiga, louvo esta iniciativa que se deveria estender a todas as escolas do país.
Mas reformular o ensino urge. E não é certamente da forma que este governo o está a fazer..A mim parece-me que precisamos de uma revolução na educação. Medidas avulsas não resultam por falta de consistência.
Beijo

Xantipa disse...

Caro Voyeur,
Pois haveria de ter gostado, tenho a certeza! :)
Um dia destes ainda explico o que por lá faço. Ou organize-se e venha até cá! Ou pode ser que vá a uma escola da sua zona... qual é a sua zona?
Beijinhos

Caro Unicus,
Compreendo o que o amigo diz, pois medidas avulsas não resolvem. No entanto, eu sou uma carola e incapaz de recusar um convite de um amigo para me deslocar a uma escola. Sempre gostei. Há ali vida!
Eu vou fazendo a minha parte... espero contribuir para qualquer coisa de melhor...
A reforma do ensino urge, urge, ruge, ruge... e não surge.
Beijinhos

Anónimo disse...

Muito obrigado pela palestra! Gostei muito de a ouvir falar!
Fico à espera de outras tão boas ou melhores que esta!

Um grande beijinho para uma pessoa espectacular que é a grande professora Ana Cristina Oliveira!

Xantipa disse...

Caro Anónimo,

Ainda bem que gostou!
Ma eu é que agradeço a simpatia como me receberam e a participação!

E é bem verdade o que diz: tem uma excelente professora de Filosofia (que também é uma excelente actriz)!
Um beijinho para si e, claro, um outro para ela.
«Beijinho, Ana Cristina!»

Anónimo disse...

Vês Xantipa alguns são tão bons professores! E para esses é injusto tudo o que se está a passar, mas a maioria dos professores já não são assim.
Será que os bons professores se queixam da indisciplina dos alunos?

Xantipa disse...

Querida MFBA,
Não consigo concordar contigo sobre isso de a maioria já não ser composta de bons professores... Ou terei percebido mal?
Na verdade, aqueles com quem contacto, são muito bons, empenhados, com um excelente relacionamento com os alunos. E não, não se queixam deles. Pelo menos, na generalidade. Pode haver um ou outro aluno problemático, mas normalmente conseguem «dar-lhe a volta» (leia-se «dar-lhe atenção», na maior parte das vezes...).
Sei que há maus professores, claro, mas tenho tido sorte e poupada a esses contactos.
Como disse no post, acho que os professores do ensino básico e secundário umas pessoas pelas quais tenho o maior respeito e admiração! E o modo como muitos tentam fazer o seu trabalho é indescritível! As escolas não estão fisicamente preparadas para lhes dar condições de permanência por tanto tempo.
Há tanta coisa que devia ser revista e estruturada antes de se fazerem algumas exigências!
Um beijinho

magarça disse...

Parabéns pelo projecto. É mais um exemplo de como existem muitos professores empenhados e dedicados aos alunos.

Xantipa disse...

Obrigada!
Há muitos!