29 outubro 2006

A Lógica da Batata (3) vai à escola

A professora Ana Cristina Oliveira convidou-me a ir à sua escola com A Lógica da Batata.
A Lógica da Batata é uma pequena palestra pensada para encaixar no programa de Filosofia do 11º ano. Chegando às falácias informais, especificamente às falácias de ambiguidade, em vez de ser o professor a leccionar aquela matéria, faço-o eu, usando apenas exemplos retirados do diálogo de Platão Eutidemo. Aproveito o conhecimento que adquiri ao traduzi-lo e realço os exemplos de equivocação, anfibologia, composição, divisão e falsa dicotomia aí encontrados. E como o Eutidemo é muito divertido, consegue-se adesão da parte dos alunos.
Na Escola Secundária de Pinheiro e Rosa tinha 47 alunos à minha espera. Correu muito bem. Respeitadores… participativos… gostei mesmo muito!
Já tinha estado naquela escola anteriormente, a convite de outra Ana, professora de Filosofia, a Ana Bela Guita. A Ana Guita tem um clube chamado «Trilhos da Arte» e toda a escola está decorada com telas pintadas pelos alunos. O projecto deste ano baseia-se na obra de José de Guimarães. E como não havia dinheiro para telas, pintam em… pedras! Já estão mesmo a começar um jardim de pedra num dos espaços do pátio.

Eu recebi esta («serve-te de pisa-papéis», sugeriu-me a Ana)!
A Ana Cristina tem um clube de teatro. Mestre em Educação artística e actriz, ensaia com os alunos mesmo ao fim de semana. E foi uma «escandaleira» quando se soube que até dava o número do telemóvel aos alunos, para que a pudessem contactar.

Tenho muita sorte em ter destas amigas! E a ESPR em ter estas professoras!

13 comentários:

Anónimo disse...

Os meus melhores cumprimentos á Ana Cristina. E a si Xantipa, pela apresentação.

( Também quero uma coisinha dessas.. )

Beijocas e...

... pois é...

Um sorriso! :-)

Xantipa disse...

Os cumprimentos chegarão à Ana Cristina. Quanto à pedra (é linda, não é? São duas, de facto...), isso é com a Ana Guita. Talvez se possa arranjar.
:)

Anónimo disse...

Ora cá estou eu como prometido!

Dou graças á boa vontade e em todo o amor e dedicação com que alguns professores leccionam e se dedicam aos seus alunos.
Na altura em que frequentei o meu 10º ano não haviam iniciativas deste género mas mesmo assim relembro com carinho todos os meus professores e em especial, fá-lo em sua honra, o meu professor de Filosofia que num dos primeiros dias de aulas entra na sala no meio de grande algazarra de miúdos de 16 anos e escreve a seguinte frase no quadro:

« A mão liberta a palavra. »

Claro está que o silêncio foi profundo e imediato. Incrédulos passámos 90 minutos a tentar escrever o devido comentário a tão parcas palavras.

Nunca mais esqueci esta frase e o seu significado.

Com sua licença aqui deixo a minha justa homenagem a todos os professores de Filosofia, a todos os Filósofos e a si querida amiga.
(permita que lhe confidencie que da Filosofia são os Clássicos os meus preferidos).

Um grande bem haja e um beijo em jeito de puro instinto*

Xantipa disse...

Cara Puro Instinto,
Repito o que disse à Mula e à Emplástrica: depois daquela noite, tratemo-nos por tu!
:)
Obrigada pelos louvores aos filósofos e aos professores de Filosofia. Eu não sou professora de filosofia (nem filósofa!), apenas colaboradora... bem, se ser filósofo é amar o saber... então serei, tal como tu e muitos outros, não é verdade?
E confessarei algo parecido/invertido com o que disseste: dos Clássicos, os que mais gosto são os da Filosofia!
:)
Beijinhos e volta sempre!

a_cabra disse...

Obrigada pelas visitas e pela ajuda :-))
Quanto à filosofia, enquanto estudante, detestei... quando, daqui a muitos anos (lol) deixar os meus meninos acho que me vou dedicar a gostar :-))
Beijinhos a si, à colega e à escola.

Anónimo disse...

Obrigada pela hospitalidade. E voltarei sempre :-)

Afinal temos mais coisas em comum... depois de uma leitura ainda mais atenta descobri que ambas gostamos de gatinhos, comigo tenho dois lindos meninos muito fofinhos e carinhosos sentados á minha frente enquanto te escrevo, a outra é que afinal somos velhas conhecidas de há muito pois para além de conterraneas somos também contemporaneas...
Sra. Xantipa sou uma humilde «filha» de Hipócrates.

Agora em jeito de pura confidência te digo que alimentaste um pouquinho mais a sementinha que outro já havia em mim depositado quando me pedes que traga o cadernhinho, a mesa e o banquinho. :-)
Agora de caderninho sempre debaixo do braço aqui prometo que muito em breve faremos uma festa de inauguração (mas sem prazos pois que tem havido muitas dicordâncias quanto á decoração da casa).

Aiiiii amiga já me esquecia de agradecer o pãozinho quentinho com que me deliciei ao pequeno almoço. :-)

Desta vez ficam umas marradinhas e ronrronadelas dos meus meninos para ti - Ronrrrrroooon rooooonrr
ooonn*

Xantipa disse...

Não tens nada que agradecer, Cabra!
Deixo-te o final do «Eutidemo», em que Sócrates diz a Críton:
«Manda passear os que se ocupam da filosofia, quer sejam bons ou maus, e põe à prova a questão em si, da melhor maneira. Se nessa altura achares que ela não presta, dissuade toda a gente de a praticar, não apenas os teus filhos. Se pelo contrário te parecer que ela é como eu próprio penso, põe-te rapidamente no seu encalço com confiança e pratica-a, como diz o ditado, "tu próprio e os teus filhos"».
Um beijinho

Xantipa disse...

Puro Instinto,
Vê lá se chegam a um acordo na decoração, porque isto de tu saberes mais que eu, não é justo!
Mas não saberás que Hipócrates está a ser uma paixão recente! Eh! Eh! Sou assim como uma... sobrinha de Hipócrates!
Agora fiquei com a pulga atrás da orelha... conterrâneas... contemporâneas... velhas conhecidas...
:)
Um beijinho e aqui te espero!

Anónimo disse...

OLá Xantipa. Obrigado pela visita.
Sobre a lógica da batata, ainda há isto: http://shrunklink.com?mip

;-)

Xantipa disse...

Obrigada!
Usarei esses seus exemplos nas minhas aulas de «Retórica e Argumentação», se não se importa. E remeterei para o seu blogue!
:)

a mulher do lado disse...

que bom que tenho leitores :-) Bjinho (e parabéns pelo blog, é mesmo giro)

Anónimo disse...

O que mais me recordo de filosofia foi um inquérito de rua feito para perguntar quem era Sócrates. Futebolista brasileiro 17 - Filósofo grego 5

Ainda bem que não foi nos tempos actuais, senão a opção palhacito português ganhava destacadamente!

Anónimo disse...

Vês o que é ser bom professor? Ora aí têm.
As pedras são lindas!!