Em consequência, todos os homens que resultam do corte de um ser misto (o mesmo que em tempos era chamado andrógino) só gostam de mulheres. É deste género que descende a maior parte dos adúlteros, bem como todas as mulheres que gostam de homens - sem esquecer as adúlteras!
30 dezembro 2006
Heterossexualidade e adultério - Banquete (6)
Em consequência, todos os homens que resultam do corte de um ser misto (o mesmo que em tempos era chamado andrógino) só gostam de mulheres. É deste género que descende a maior parte dos adúlteros, bem como todas as mulheres que gostam de homens - sem esquecer as adúlteras!
«Um cego»...
Esta é de Maria do Céu Fialho, editada em Coimbra, pela Minerva, em 1996.
Deixo, então, o início do Édipo em Colono, de Sófocles:
29 dezembro 2006
O amor entre os homens - Banquete (5)
Compadecendo-se, por fim, Zeus lança mão de outro artifício e muda-lhes para diante os órgãos genitais. (...)
Ao mudar-lhes, pois, os órgãos genitais para diante, Zeus determinou que a geração humana passasse também a efectuar-se de uns para outros, mediante tais órgãos - na fêmea por intermédio do macho. E eis o que tinha em vista: se acaso o acoplamento se desse entre homem e mulher, o resultado seria procriarem e perpetuarem a espécie; se entre dois varões, haveria pelo menos a plenitude da união e, uma vez apaziguado o desejo, poderiam voltar às suas tarefas e interessar-se por outros aspectos da vida.
Dessa época longínqua data, sem dúvida alguma, a implantação do amor entre os homens - o amor que restabelece o nosso estado original e procura fazer de dois um só, curando assim a natureza humana.
28 dezembro 2006
Fica apenas um abraço a todos os que me desejaram boas festas e eu não respondi (inclusive a oferta de umas belas férias) e um obrigada pela compreensão!
No entanto, sempre que possível, o Senhora Sócrates vai sendo actualizado!
27 dezembro 2006
Seta de Fogo
E o teu corpo é um barco
E o que quiseres serei
O alvo, a flecha ou o arco.
§§§§§§§§§§§§
§§§§§§§§§§§§
Amei muito
Mas amei muito
Mal. É triste, é
Mas não é mortal
Pedro Luís Baltazar Vieira (1967-2005)
23 dezembro 2006
O Império das Luzes
O IMPÉRIO DAS LUZES
Saudades
Muitas!
Como gostaríamos de ter sido a metade um do outro!
Fomos quase, quase a metade um do outro...
Um dia escreveu-me:
Poemas do Pedro aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Saudades - Banquete (4)
Ora, quando a forma natural se encontrou dividida em duas, cada metade, com saudades da sua própria metade, se lhe reunia; e estendendo as mãos em volta, enlaçadas uma na outra, não mais aspiravam do que a fundir-se num só ser!
22 dezembro 2006
«Oh, metade amputada de mim!» - Banquete (3)
(receando a força e ambição destes seres, Zeus decide)
«Parece-me», anunciou, «que arranjei processo de continuar a haver homens e acabar de vez com a sua arrogância: é enfraquecê-los. Agora mesmo vou dividi-los ao meio um por um; deste modo, não só hão-de ficar mais fracos como também sairemos beneficiados, graças ao aumento de número. Por enquanto, podem caminhar erectos sobre as suas duas pernas; porém se virmos que mesmo assim persistem na arrogância e se recusarem a dar-nos tréguas, então», declarou, «volto a dividi-los ao meio e passam a andar só sobre uma perna… ao pé-coxinho!»
Dito e feito. Pôs-se a cortar os homens às metades, exactamente como se cortam sorvas para as pôr em conserva [ou como se faz aos ovos com um cabelo]. À medida que os ia cortando, encarregava Apolo de lhes virar o rosto e a metade do pescoço para a superfície amputada, na ideia de que os homens se tornariam mais humildes com o espectáculo da sua própria amputação diante dos olhos.
Platão, Banquete, 190c-e. Edições 70, 1991. Tradução, introdução e notas de Teresa Schiappa de Azevedo.
20 dezembro 2006
Ritornello
O programa Ritornello da Radiodifusão Portuguesa, da autoria de Jorge Rodrigues, é provavelmente o programa de maior audiência de toda a Antena 2. O Ritornello é produzido há mais de 10 anos com uma imaginação, diversidade, inteligência, sentido formativo e informativo tais que se tornou, na prática, uma referência incontornável para todos os amantes da música dita erudita em Portugal.
Mas não só da música. A poesia, o teatro, a literatura, a dança e a cultura portuguesa, em geral, circulam no Ritornello como numa grande coreografia, cruzando-se através da temática de cada programa – criteriosamente escolhida pelo seu autor – e por meio dos convidados que nele têm tido voz. Ao longo dos últimos 10 anos, mais de 2000 individualidades, nacionais e estrangeiras, foram entrevistadas por Jorge Rodrigues, permanecendo o testemunho de muitos gravado na memória dos portugueses.
Recentemente, alegadamente por conduzir entrevistas desinteressantes (!), a direcção da Antena 2 proibiu Jorge Rodrigues de continuar a entrevistar convidados portugueses. Ficam assim excluidos do programa as vozes de José Saramago, de Agustina Bessa Luís, de Paula Rego, de Maria João Pires, etc.,etc... Sob qualquer ângulo que se observe, a medida é insólita e obtusa, fazendo lembrar tempos dos quais Portugal se libertou com dificuldade.
Que serviço público é este que proíbe a voz dos artistas e intelectuais portugueses no programa de maior prestígio de toda a Antena 2 ? Logo aquele que mais dinamicamente tem contribuido para manter os ouvintes, directa ou indirectamente interessados, ao corrente das causas culturais portuguesas! O mérito de Jorge Rodrigues deveria ser premiado por ser do interesse cultural nacional e não obstruido desta forma ridícula.
Se discorda desta proibição e se acha que os artistas e intelectuais portugueses merecem continuar a ser entrevistados no Ritornello, por favor dê o seu apoio a este protesto assinando em http://www.PetitionOnline.com/r1tornel/petition.html e divulgando esta informação.
Muito obrigado,
António Chagas Rosa
Sol, Terra e Lua - Banquete (2)
Platão, Banquete, 189e-190a. Edições 70, 1991. Tradução, introdução e notas de Teresa Schiappa de Azevedo.
19 dezembro 2006
«Espécies do Ecossistema Transportal» - escreveram outros (4)
Já o escrevi anteriormente, e continuarei a escrevê-lo até me apetecer ou os dedos me doerem, que os transportes públicos são para mim uma grande fonte de inspiração e, nas viagens mais longas, quase de expiração.
A quantidade de situações presenciadas dava bem uma série televisiva, que certamente rivalizaria com os Morangos com Açúcar ou com a Floribela, só faltando saber se a série seria do género dramático ou comédia.
Neste contexto, gostaria de publicar um estudo que venho fazendo nos últimos tempos sobre as diferentes espécies que habitam no Ecossistema Transportal, espécies essas tão distintas como as regras que ditam o seu comportamento.
Não foi fácil, passar tanto tempo neste ambiente, tendo muitas vezes de adoptar os seus comportamentos de forma a perturbar ao mínimo os seus hábitos. Houve uma ou outra situação em que a espécie em estudo desconfiou da câmara de vídeo e da rede, mas o que seria duma reportagem sobre o mundo animal sem uma dose de perigo e adrenalina?
Este trabalho nunca estará completo, tal a dinâmica apresentada neste habitat, que todos os dias revela ao mundo novas e espantosas espécies, pelo que se seguem apenas as que já estão totalmente estudadas e catalogadas.
Cavalo de Corrida - Este animal posiciona-se sempre encostado à porta de saída, independentemente do seu destino. Quando esta abre, seja qual for a hora ou o transporte, desata numa correria desenfreada, como se levasse às costas um jockey imaginário. Tentei por diversas vezes acompanhar um, mas foi um esforço inglório. Desconfio que tentam apanhar outros transportes, mas é uma mera suposição. Aguardo os resultados dos colares sinalizadores para ter certezas
Diabo da Tasmânia - Cuidado, este é bastante agressivo! Passa despercebido, como se estivesse num estado de letargia, mas basta vagar um lugar sentado e saiam da frente do bicho! Cotoveladas, rosnadelas, arranhões, mordeduras, beliscões, tudo vale para conseguir chegar primeiro ao seu objectivo.
Stripper - Esta espécie gosta de se encostar nos postes existentes no meio dos transportes, desde o início das nádegas até à nuca, borrifando-se para o facto de haver outros animais agarrados a esse apoio. Ainda não perdi a esperança de ver alguém meter-lhe uma nota no cinto e ele começar a esfregar-se no poste para cima e para baixo, enquanto lambe o dedo indicador.
Lucky Luke - Talvez o ser mais rápido deste ambiente. Quando o poste não está ocupado pelo Stripper, e estão trinta mãos a agarrar o dito (poste), basta retirar a mão por 2 segundos para coçar o nariz ou ajeitar os óculos e eis que o Lucky Luke ataca não se sabe vindo de onde, ocupando o nosso lugar! Um autêntico filho dum... que ainda por cima nos olha de lado por lhe tocarmos na mão.
O Cerejeiro - Apenas existem machos, caracterizando-se por gostarem de fazer descansar o seu sistema reprodutor, mais concretamente os seus tomates, nos ombros dos bichos que vão sentados, como se fossem umas cerejas enfeitando uma orelha. A melhor solução para nos livrarmos do “ornamento” é com um súbito e repentino levantar, causando normalmente a fuga do cerejeiro, urrando de dor.
Carneiro - Especialmente numeroso nas horas de ponta, limitam-se a ir na corrente, balindo para aqui e para acolá. É uma espécie patética, que aparenta ir para onde os outros vão.
Salmão - Gosta de enfrentar a corrente formada pelo rebanho dos carneiros. Torna-se particularmente agressivo quando nota que o seu transporte está prestes a partir.
Hipopótamo - Movendo-se com a graciosidade muito própria desta espécie, ao chegar a qualquer lado provoca estragos num raio de 7 metros até se sentir totalmente confortável. Atinge um maior potencial de destruição quando a carruagem está apinhada e resolve tirar o sobretudo, o casaco, três camisolas e qualquer coisa de dentro da mala.
Preguiça - Assim que se senta, adormece. Algumas subespécies tendem a babar-se, roncar e inclinar-se perigosamente para o lado onde não têm apoio, especialmente se aí estiver uma fêmea jeitosa. A sua sonolência atinge um ponto de quase não retorno quando se sentam em lugares reservados a grávidas e aparece uma.
Nómada - Espécie irritante que vagueia entre carruagens, buscando não se sabe muito bem o quê. Por muito cheio que esteja o transporte, ei-lo a vaguear por entre os outros animais, procurando assentos, companhia, um jornal abandonado, etc. Este animal é uma besta.
Headphones - São uns chatos do catano. Está um tipo sentadinho, quando se sentam em cada um dos nossos lados os headphones esquerdo e direito. Iniciam então uma conversa frenética que se processa quase integralmente através das nossas orelhas.
Stressado - Este animal julga ter um papel importante no ecossistema, mas é o único a ter esta opinião. Quando por algum motivo o transporte se demora um bocadinho mais na paragem, o stressado imediatamente mete a cabeça de fora, ou mesmo o corpo todo, como se dessa acção dependesse o reiniciar da viagem. Ocasionalmente ainda perturbam mais a partida pelo facto de ficarem entalados na porta ao voltarem para dentro.
Menir - O mais misterioso. Não se sabe muito bem para que servem, nem porque foram colocados em determinado sítio. Estes animais são assim, abancam num ponto (normalmente nas zonas de passagem) e ali ficam, imóveis, tendo toda a circulação de ser feita contornando os mesmos.
Calhau com Olhos - Este animal desenvolveu uma estranha aversão a segurar-se nos apoios. Assim, e sempre que há um solavanco, é vê-lo a ser projectado contra tudo e todos, qual mala frágil num porão de avião!
E pronto, estas são as espécies já estudadas. Outras, como o “Mete Nojo”, o “Gafanhoto”, o “A cabeça já está, falta o resto!”, a “Sardinha”, o “Mãozinhas”, os “Aparadores de Livros”, o “Martim Moniz” ou o “Carente” necessitam de mais dados e serão discutidas noutra ocasião.
Espero ter contribuído para aumentar o vosso conhecimento sobre o Ecossistema Transportal. Aos defensores dos direitos dos animais, posso garantir que quase nenhum foi magoado no decurso da investigação, os próprios dardos tranquilizantes eram muito fraquinhos. Realmente houve um ou outro que gritou quando foi espetado nos expositores e alguns que se recusavam a ir para o frasco com formol mas porra, em prol da ciência acho que são aceitáveis uns sacrificiozinhos!
Até sempre,
Rafeiro Perfumado
17 dezembro 2006
Metal na Senhora Sócrates!
15 dezembro 2006
«Tous les Matins du Monde»
14 dezembro 2006
Os três géneros - Banquete (1)
Para começar, a nossa antiga natureza não era tal como hoje e sim diversa. Para começar, os seres humanos encontravam-se repartidos em três géneros e não apenas em dois – macho e fêmea – como agora: além destes, havia um terceiro que partilhava das características de ambos, género hoje desaparecido, mas de que conservamos ainda o nome. Era ele o andrógino, que constituía então um género distinto, embora reunisse, tanto na forma como no nome, as características do macho e da fêmea; hoje, contudo, não passa de um nome lançado ao descrédito…
Em segundo lugar, a forma de cada ser humano era inteira e globular, com as costas e os flancos arredondados. Tinham quatro mãos e igual número de pernas; sobre o pescoço redondo, duas faces, iguaizinhas uma à outra; uma única cabeça onde assentavam as faces, colocadas em sentido oposto; quatro orelhas; órgãos genitais em número de dois; e tudo o mais que a partir daqui possa imaginar-se. Caminhavam erectos, como agora, mas nos dois sentidos em que o desejassem. Porém, quando os assaltava o desejo de correr a toda a brida, faziam-no às cambalhotas, projectando as pernas para o ar, como os equilibristas, até regressarem à posição vertical. E assim, apoiados nos seus membros, que eram oito, se deslocavam velozmente em círculo.
13 dezembro 2006
«Acho-os... uns chatos»... escreveram outros (3):
Postado por Combustões em 2.10.06
12 dezembro 2006
«Dos Antigos»... escreveram outros (2)
Dos Antigos: o trágico, na medida em que não depende da culpa, mas do momento em que o destino se cumpre, afasta-se da moral. Dificilmente podemos falar de moral quando há situações que não controlamos. Mas não deixam de ser trágicas, uma vez que são também irreversíveis, desequilibradas e injustas. A propósito de como acordei hoje.
Obrigada!
10 dezembro 2006
«Preservativos»... escreveram outros (1)
Aqui vai um, do Bagaço Amarelo, de 7.12.2006
«No Diário de Notícias soube-se que o Vaticano continua a não aceitar o uso do preservativo, Nada de estranho, acho eu, numa instituição que demorou quatrocentos anos a pedir desculpa a Galileu e mais de cem anos a fazer o mesmo a Darwin. Pode ser que daqui a uns séculos peça perdão a todas as vítimas de doenças sexualmente transmissíveis dos nossos dias. O que eu estranho mesmo nesta notícia do DN é os gajos terem estado dois dias numa conferência sobre “aspectos pastorais do cuidado das doenças infecciosas”. Eu não faço a mínima ideia do que é um aspecto pastoral do cuidado das doenças infecciosas, admito, mas... dois dias em conferência para não decidirem nada?!»
«E sem Latim?»
«Transcrevo a crónica de Jorge Silva Melo que saiu hoje no suplemento Mil Folhas do jornal Público (página 5).
"E sem latim?
Ainda naquela Rua Anchieta que, ao sábado, se ornamenta de preciosos livros, abro o belo volume negro dos "4 Poètes Portugais", edição (1970) da Gulbenkian e das Presses Universitaires de França, que acabo de encontrar.
Lembro-me, há já quase trinta anos, da dificuldade que tive, nesta mesma esquina, em explicar a René Allio e a Christine Laurent o significado de "taciturnité", a rara maneira que o tradutor teve para verter a sorumbática "soturnidade" do poema de Cesário.
(E eu que nem bom aluno fui, ai como me arrependo.)"»
Colocado por André Simões, na sexta-feira, 17 de Setembro (a quem deixo um beijinho).
Se eu pudesse ter votado...
Agora já posso divulgar que blogues escolheria.
Bomba Inteligente
Cartas do Meu Moinho
Melhor Blog Individual Masculino
o crepe [suzete]
Os Dedos
Estado Civil
Heart of Saturday Night
O Franco Atirador
French Kissin'
Melhor Blog
Berra-boi
Combustões
Escrito a Lápis
Misantropo Enjaulado
não compreendo as mulheres
Melhor Blogger
09 dezembro 2006
Poema dos beijos
O murmúrio dos anciãos, severos por demais,
tenhamo-lo na conta de um vintém apenas.
Morram os raios do sol e podem nascer,
mas, para nós, quando se apaga a breve luz,
espera-nos o sono de uma noite eterna...
Dá-me mil beijos, em seguida um cento,
depois outros mil, depois outra vez cem,
mais outros mil ainda, ainda mais cem.
Depois... já completados muitos milhares,
misturemos tudo, para lhes perder a conta,
- ou nenhum malvado, possa sentir inveja,
ao saber que tantos foram os beijos entre nós.
Catulo, Odeio e Amo, MinervaCoimbra, 2005. Introdução, selecção e tradução de José Ribeiro Ferreira.
Imagem:www.tidningen-boken.com
Marcus Perennius, Gliptoteca de Copenhaga
08 dezembro 2006
Excessos da paixão
me bastam e me parecem excessivos.
Quão grande número de grãos de areia,
na Líbia, cobre Cirena rica em laser
entre o Oráculo de Júpiter abrasador
e o sagrado sepulcro do velho Bato;
quantos astros, quando silencia a noite,
observam os amores furtivos dos homens;
tantos são os beijos que deves dar ao delirante
Catulo para ter que lhe baste e o satisfaça.
Tantos que nem os curiosos os possam contar
nem a língua invejosa desejar má sorte.
Catulo, Odeio e Amo, MinervaCoimbra, 2005.
Introdução, selecção e tradução de José Ribeiro Ferreira.
07 dezembro 2006
Culpa? É do bode expiatório...
A aluna que deu a cara disse, chorosa, que não tinha ido consultar o resultado do exame (!!??) e, como se viu nas pautas do 12º, assumiu que tinha passado (não pôs sequer a hipótese de, também ali, estar condicional). Quando a secretaria finalizou os processos, informou-a de que estava no 11º, pois tinha reprovado nos exames.
E a culpa pairava… de quem era?
Não compreendo o que se passa ultimamente com este conceito… pelo que me é dado a perceber, a culpa nunca é nossa… ou é sempre nossa e assumimo-la mesmo quando não é, vitimando-nos («eu sei… a culpa é minha… se eu não tivesse feito… então não teria acontecido…»), perdendo assim o valor, por ser falsa, a assunção das responsabilidades.
Sim, porque o que me parece é que não se assume responsabilidade pelo que se faz.
O conceito do bode expiatório, presente no Antigo Testamento, onde um bode assumia as culpas dos cidadãos e era escorraçado da cidade para os libertar das faltas cometidas, existia na Grécia. Aí havia o costume de, a expensas da cidade, se alimentar um mendigo (ou um prisioneiro, ou um deficiente) durante um ano (por vezes, em caso de uma praga, dada a urgência, era o que estivesse mais à mão…), para que, numa cerimónia, fosse coberto por roupas solenes e percorresse a cidade, de modo a levar consigo todos os problemas: fome, doenças, crimes. No final era lapidado até à morte. Nalgumas cidades era atirado do alto de um precipício. Noutras, era apedrejado, mas podia fugir se sobrevivesse… Posteriormente, escolhia-se um escravo (será que os escolhiam pela largura das costas?) para ser chicoteado e expulso, concedendo-lhe, em consequência, a liberdade Herdámos da cultura grega, herdámos da cultura judaico-cristã. Cristo morreu pelos nossos pecados. No catolicismo, estes são perdoados pela confissão. Desresponsabilizámo-nos. Não há culpa para ninguém. Aliás, há, mas é dos outros!
E o único sítio onde sei que há culpas assumidas é… no cartório.
06 dezembro 2006
Mimos musicais
Aproveito para pôr aqui mais uma faixa do CD que ando a ouvir. Angelo Manzotti. De novo. Até à exustão. Sempre que termina, o escritório, que antes parecia uma catedral, volta a parecer um escritório... e tenho de voltar a pôr a tocar.
Farnace, opera in 3 acts, RV 711- Sorge.wma
Angelo Manzotti
Aqui vão 5.16 minutos de Vivaldi... Espero que gostes!
Orlando (Orlando furioso II), opera in 3 acts, RV 728- Nel profondo.wma
05 dezembro 2006
Funciona!
Já tenho o tradutor automático do blogue a funcionar!
Sejam bem-vindos ao espaço multilingue da Senhora Sócrates!
Russo (Eh! Eh!)
Уже я имею автоматический переводчика blogue, котор нужно действовать!Mrs. Sócrates радушен к multilingue космоса!
Sueco
Redan har jag den automatiska översättaren av blogue som fungerar!Fru Sócrates är välkommen till utrymmemultilinguen!
Inglês
Already I have the automatic translator of blogue to function!Mrs. Sócrates is welcome to the space multilingue!
(aqui sou também bem-vinda!)
Francês
Déjà j'ai le traducteur automatique de blogue à fonctionner !Ce soient bienvenus à l'espace multilingue de Monsieur Sócrates!
(Isto é muito divertido! Neste não reconheceram que Sócrates tinha também a sua senhora...)
Italiano
Già ho il traduttore automatico di blogue da funzionare!La sig.ra Sócrates è benvenuta al multilingue dello spazio!
Alemão
Bereits habe ich den automatischen übersetzer des blogue, zum zu arbeiten!Mrs Sócrates ist zum Raum multilingue willkommen!
E vejam como fica interessante a tradução da tradução:
Englisch:Bereits habe ich den automatischen übersetzer von blogue, das Sie arbeiten!Mrs. Sócrates ist Willkommen Sie das Raum multilingue!
Espanhol
¡Tengo ya el traductor automático del blogue a funcionar!¡Señora Sócrates es agradable al multilingue del espacio!
(E o Inglês)
Inglés:¡Tengo ya el traductor automático del blogue que usted funciona!Señora. ¡Sócrates es recepción usted el multilingue del espacio!¡(Soy también agradable aquí!)
Neerlandês
Reeds heb ik de automatische vertaler van blogue om te functioneren!Mevr. Sócrates is welkom aan ruimte multilingue!
É só inveja, ciúme, invídia, zelotipia...
Diz Houaiss que inveja é um «desejo irrefreável de possuir ou gozar, em carácter exclusivo, o que é possuído ou gozado por outrem».
Com a ajuda do Manuel, também eu tenho bolinhas coloridas que traduzem este blogue para aquelas línguas todas!
Nota 1: Isto não está a funcionar... deve ser castigo! Mas espero conseguir ainda hoje ... estou tristinha... queria tanto ler o meu blogue em japonês!
Nota 2: Como se pode ver pelo postal acima, já funciona! E eu contentinha!
04 dezembro 2006
Monty Python - International Philosophy
Tenho de agradecer à Anabela Moutinho esta brilhante «dica»!
Qual Benfica-Sporting!
Viva Sócrates!
Dezembro? ?Natal?? Saturnais??
Na Carta 18, diz Séneca:
Digo eu aqui:
Ai pois é! Uma pessoa distrai-se e sai à rua em Dezembro... num fim de semana de Dezembro... é um castigo! E bem feito, que ninguém me mandou sair de casa!
No outro dia - ainda não era Dezembro - vi umas em Olissipo que me surpreenderam agradavelmente pela simplicidade: uma bolas azuis e outras douradas. Gostei! Ouro sobre azul! Sinónimo popular de bom gosto!
03 dezembro 2006
Sobre ontem...
O lançamento da Flô e o Regador de Cristal correu muito bem. Conheci, finalmente, a Berta Rodrigues, a autora, que é uma artista completa: pinta, escreve histórias, poesia e música, é uma excelente comunicadora e uma senhora muito bonita.
O coral Ossónoba cantou duas das músicas que Berta compôs e escreveu para o CD que acompanha o livro. O ambiente este muito bonito!
Quanto à ópera, foi um excelente espectáculo! Gostei das vozes em geral e das de D. Giovanni, Leporello, D. Elvira e Zerlina, em particular. Está bem... D. Elvira: Ana Ester Neves no seu melhor!
E por falar em orquestra, esteve muito, muito bem a Orquestra do Algarve, dirigida pelo maestro Osvaldo Ferreira.
A Ana Cristina deixou um comentário no post anterior, dizendo que não gostou dos figurinos nem da cenografia. Ela é uma especialista e perceberá melhor que eu. Mas eu gostei... Dou-lhe razão na parte do baile, pois acho que não resultou muito bem, mas as cortininhas a cair... até achei que foi uma boa solução. E também gostei da forma como foi resolvida a cena final, em que D. Giovanni é engolido pelo Inferno...
02 dezembro 2006
01 dezembro 2006
Flô e o Regador de Cristal
Segue o convite
Olá!
Eu sou a FLÔ, uma «pelicana» carinhosa, fofa e divertida.
Qual é a minha missão? Com a ajuda dos meus amiguinhos, Pim e Tam, fazer com que todos os meninos e meninas sejam felizes.
De que meios me sirvo? De livros e de música.
Quem lhes deu forma? A minha criadora, Berta Rodrigues.
No próximo dia 2 de Dezembro, pelas 17.00 horas, apresentar-nos-emos mais uma vez ao público.
O local é o Fórum FNAC no AlgarveShooping, em Albufeira, e, juntamente com a Vega Editora, que nos publicou, faremos o lançamento do nosso primeiro livro:
FLÔ E O REGADOR DE CRISTAL
Estará presente um coro infantil para cantar as músicas do CD que acompanham
o livro da Flô. Contamos, para fazermos uma grande festa, que também muitas crianças e adultos nos acompanhem!...
«Onde se arranjam todos estes ingredientes?»
Doce caseiro de tâmaras
15 nozes
30 g de pinhões
sal q.b.
mel q.b.
manteiga q.b. (ingrediente não original)
Um prato de lentilhas
Comer em Roma
Experimentem!