(Aníbal Barca: 247-183 a.C.)
Alexandre: eu devo ficar à tua frente, ó Líbio, porque sou melhor.
Aníbal: De forma nenhuma, eu é que devo ser preferido.
Alexandre: Portanto, Minos que julgue.
Minos: Quem são vocês?
Alexandre: Este é Aníbal o Cartaginês, e eu sou Alexandre, o filho de Filipe.
Minos: Por Zeus, sois ambos célebres. Mas qual é motivo da vossa disputa?
Alexandre: A respeito da precedência, porque ele afirma ser melhor general do que eu, ao passo que eu, como toda gente sabe, sou superior não só a ele, mas de modo geral a todos os anteriores em mim, na arte militar.
Minos: Ora fale cada um, por sua vez. E tu, ó Líbio, fala em primeiro lugar.
Aníbal: Uma coisa ganhei, ó Minos, a saber, aqui e aprendi também a língua grega, por forma tal que nem mesmo nela este me levará vantagem. E eu afirmo que são principalmente dignos de louvor aqueles que nada sendo, de começo, avançaram por si próprios para uma grande situação não só revestindo-se de força mas também mostrando-se dignos do poder. Eu, ao menos, com pouca gente, lancei-me à conquista da Ibéria, a princípio como lugar-tenente de meu irmão, fui considerado digno das maiores honras e julgado o melhor. (…) E fiz isto tudo, sem me chamar filho de Amon nem me fingir deus, nem descrevendo os sonhos da minha mãe; mas admitindo que era um homem, não só fiz frente aos generais mais inteligentes mas também com um batia com os soldados mais guerreiros. (…) Ao passo que Alexandre, tendo recebido o poder paterno, o aumentou e o estendeu largamente, aproveitando o impulso vigoroso da fortuna. Ora, quando vencera aquela peste do Dario (…), considerando-se digno de ser adorado, passou-se para os hábitos dos Medos e matou nos banquetes os amigos e fê-los prender para os matar.
Quanto a mim, por um lado, governei numa altura em que na minha pátria as leis eram iguais para todos, por outro, quando ela me mandou chamar (…), rapidamente obedeci e apresentei-me como um cidadão comum e, quando fui julgado, sofri resignadamente a condenação. E procedi assim, apesar de ser um bárbaro, sem os benefícios da cultura grega, sem recitar Homero como ele, sem ter sido educado pelo sofista do Aristóteles, só com os recursos da minha natureza que é boa.
É por tudo isto que eu digo que sou melhor do que Alexandre. E se ele é mais belo porque cinge a cabeça de um diadema, talvez também isso seja nobre para os Macedónios, todavia não é por esse motivo que ele parecerá melhor do que um homem da raça e vocação do general que fez mais uso da sua inteligência que da sua sorte.
Alexandre: eu devo ficar à tua frente, ó Líbio, porque sou melhor.
Aníbal: De forma nenhuma, eu é que devo ser preferido.
Alexandre: Portanto, Minos que julgue.
Minos: Quem são vocês?
Alexandre: Este é Aníbal o Cartaginês, e eu sou Alexandre, o filho de Filipe.
Minos: Por Zeus, sois ambos célebres. Mas qual é motivo da vossa disputa?
Alexandre: A respeito da precedência, porque ele afirma ser melhor general do que eu, ao passo que eu, como toda gente sabe, sou superior não só a ele, mas de modo geral a todos os anteriores em mim, na arte militar.
Minos: Ora fale cada um, por sua vez. E tu, ó Líbio, fala em primeiro lugar.
Aníbal: Uma coisa ganhei, ó Minos, a saber, aqui e aprendi também a língua grega, por forma tal que nem mesmo nela este me levará vantagem. E eu afirmo que são principalmente dignos de louvor aqueles que nada sendo, de começo, avançaram por si próprios para uma grande situação não só revestindo-se de força mas também mostrando-se dignos do poder. Eu, ao menos, com pouca gente, lancei-me à conquista da Ibéria, a princípio como lugar-tenente de meu irmão, fui considerado digno das maiores honras e julgado o melhor. (…) E fiz isto tudo, sem me chamar filho de Amon nem me fingir deus, nem descrevendo os sonhos da minha mãe; mas admitindo que era um homem, não só fiz frente aos generais mais inteligentes mas também com um batia com os soldados mais guerreiros. (…) Ao passo que Alexandre, tendo recebido o poder paterno, o aumentou e o estendeu largamente, aproveitando o impulso vigoroso da fortuna. Ora, quando vencera aquela peste do Dario (…), considerando-se digno de ser adorado, passou-se para os hábitos dos Medos e matou nos banquetes os amigos e fê-los prender para os matar.
Quanto a mim, por um lado, governei numa altura em que na minha pátria as leis eram iguais para todos, por outro, quando ela me mandou chamar (…), rapidamente obedeci e apresentei-me como um cidadão comum e, quando fui julgado, sofri resignadamente a condenação. E procedi assim, apesar de ser um bárbaro, sem os benefícios da cultura grega, sem recitar Homero como ele, sem ter sido educado pelo sofista do Aristóteles, só com os recursos da minha natureza que é boa.
É por tudo isto que eu digo que sou melhor do que Alexandre. E se ele é mais belo porque cinge a cabeça de um diadema, talvez também isso seja nobre para os Macedónios, todavia não é por esse motivo que ele parecerá melhor do que um homem da raça e vocação do general que fez mais uso da sua inteligência que da sua sorte.