14 novembro 2006

«A Escolha de Rómulo» - 2

Que belo serão no solar!
Estava presente a viúva de Rómulo de Carvalho (que Gedeão não morreu) e o filho, Frederico, investigador em física, e que nos contou algumas belas histórias retiradas das memórias que o pai deixou (mais de mil páginas manuscritas) dedicadas aos seus tetranetos.
Falou das raízes algarvias (avós de Tavira) e da casa onde viveu em Faro (ao jardim da Palmeira), da mãe (a Rosinha, do poema...), do pi, dos avós e bisavós.
E contou como Rómulo escolheu ser professor do liceu.
Belas histórias, repletas de humor muito, muito subtil.
A organização incluía, na parceria criada para o efeito, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, pois, como o poeta fora professor de Físico-Química, quiseram que os alunos estagiários, também eles aspirantes a professores, pudessem ouvir um testemulho de quem podia ter sido tanta coisa e preferiu o ensino.
Os tempos são outros...
Não sei se hoje teria sido essa a escolha de Rómulo de Carvalho...

7 comentários:

Miguel G Reis disse...

Olá Xantipa

Bom dia.

Nunca me esqueci dos meus colegas de curso que escolheram a variante ensino, pela sua atitude, para mim chocante, perante o ensinar (eu escolhi investigação por gosto, e porque para mim ensinar encerra uma grande responsabilidade, quase tão grande como educar os nossos próprios filhos). E chocavam-me por perceber que a atitude deles em pouco diferia da atitude de um aluno de economia, ou direito, ou contabilidade. O propósito do curso era a estabilidade profissional e social, em suma, um emprego no funcionalismo público, estabilidade ou promoção social. Totalmente o oposto da lição do grande poeta e homem Gedeão. Usando um metáforazita, gente que não está disposta a subir qualquer calçada que seja, talvez um degrau ou dois e chega. Mas para mim o importante não são as escolhas de cada um, que apenas a eles diz respeito, mas as implicações que isso tem no ensino. E essas parecem ser muito más. Mas eu não sou professor, por isso admito que esteja totalmente errado.

Abraço
Miguel

Etienne disse...

Indubitavelmente... teria.

Gedeão apareceu na maturidade de Rómulo. A prioridade foi evidente, de quem dedicou uma vida ao ensino... Xantipazinha, como hoje estou muito sério, repara que na obra de Gedeão aparecem em quase todos os poemas termos quimicos...

Um beijo á Xantipa.

Calvin disse...

São tempos difíceis...como todos sempre foram!;)

As escolhas são sempre feitas pelo mundo que temos por dentro, muito menos do que o que vemos cá por fora...eu acho isso e vivo de acordo com isso...

Somos apenas um "bichinho álacre e sedento" e ainda bem!;)

Anónimo disse...

Olá Xantipa
Penso que Rómulo de Carvalho também ainda não morreu. Enquanto houver um só dos seus alunos que o lembre como eu sei que muitos o recordam ele não morrerá.
E penso também que seria ainda hoje a escolha dele.
Um Bom professor é sempre um Bom professor.
Beijinhos

a mulher do lado disse...

Já respondi ao seu desafio :-)

Xantipa disse...

Amigos,
Desculpem só hoje responder, mas estive «fora». :)

Miguel,
Compreendo o que dizes, e pessoas sem «vocação» existem em todas as profissões. Ser professor é complicado, pois estamos lá para instruir e não para educar... e isto que estou a dizer é controverso, pois o bom seria se pudéssemos educar...
Um abraço também para ti!

Voyeur,
Gosto de ti sério.
O filho de Rómulo leu-nos poemas do pai quando este tinha 22 e 23 anos... antes disso já tinha escrito uma peça de teatro... Gedeão chegou tarde... a nós!
:)**

Calvin,
Subscrevo o teu modo de ver o mundo! É o que temos cá dentro mais do que o que está aqui à volta...
:)

mfba
É bem verdade o que dizes! E muito bonito! É assim mesmo: um Bom professor é sempre um Bom professor!
Beijinho

Miriam
Já fui ver!
:)

a_cabra disse...

É só para dizer que, tal como o Gedeão, sou professora de física e química e com muito ORGULHO. E se ele, entre tantas outras que podia ter tido escolheu a de professor, escolheu sem dúvida uma muito nobre e digna profissão :-))
Beijos e continuação de boa semana