Horácio, o poeta da moderação, da aurea mediocritas, também canta a alegre loucura (dentro dos limites permitidos pelas Graças, claro) que o vinho provocava.
É tempo de beber, dizia num outro poema.
É tempo de beber, dizia num outro poema.
Deixo aqui os meus votos de um 2010 repleto de tudo o que for vosso desejo, acompanhados por excertos de uma ode deste poeta (Ode III, 19) e de uma imagem do copeiro dos deuses, o jovem Ganimedes:
(imagem daqui)
Serve-nos vinho, rapaz, depressa!
Serve-nos, pela lua nova! Serve-nos, pela meia-noite!
Serve-nos, pelo áugure Murena! Preparem-se
os copos com três ou nove cíatos, ao gosto de cada um.
Quanto ao vosso atordoado poeta,
que as ímpares musas ama, três cíatos vezes três há-de pedir:
de tocar em mais de três
a Graça com suas desnudas irmãs nos proíbe,
por recear as rixas.
Agrada-me ensandecer. Porque cessa o sopro
da tíbia de Berecinto?
Porque penduradas na parede se calam a siringe e a lira?
Odeio mãos avaras!
Espalha as rosas!
(...)
(Tradução de Pedro Braga Falcão, na Cotovia)